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Aroeira emite primeiro “green bond” no setor sucroenergético

Operação envolveu R$ 150 milhões

Aroeira emite primeiro “green bond” no setor sucroenergético

A Bioenergética Aroeira, localizada em Tupaciguara (MG), realizou a emissão de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) “verde” com carimbo da Sitawi, a maior certificadora de financiamentos sustentáveis da América Latina. A operação, coordenada pelo Banco Alfa, envolveu R$ 150 milhões e teve demanda elevada de investidores. O prazo de operação do CRA será de cinco anos, com carência de 18 meses para o pagamento.

É o primeiro “green bond” no setor sucroenergético no Brasil. Pontos favoráveis para a avaliação foram a produção de etanol, que substitui o consumo de combustível fóssil, a cogeração de energia a partir da queima do bagaço da cana e o fato da empresa já possuir a certificação internacional Bonsucro. A usina, que também já tem a certificação do RenovaBio, obteve uma análise de desempenho ambiental, social e de governança (ESG) na “banda superior” da escala de análise da Sitawi.

Gabriel Feres Junqueira, presidente da companhia, ressaltou que a emissão de CRA “verde” será uma tendência no setor sucroenergético. “E, no futuro, praticamente uma obrigação, devido às exigências de vários investidores. Isso não deve ser um problema para o setor, mas sim uma oportunidade, já que o segmento está alinhado às pautas de sustentabilidade”, disse

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Gabriel Feres Junqueira é presidente da usina

A emissão do CRA Verde da Bio Aroeira foi realizada pela ISEC Securitizadora S.A., securitizadora habilitada pela CVM, lastreado em debêntures emitidas pela Bio Aroeira. Os recursos obtidos serão utilizados pela companhia em investimentos e custos operacionais para produção e refino de etanol da usina, além de cogeração de energia.

De acordo com Junqueira, a companhia encerrou a safra atual processando 2.65 milhões de toneladas de cana, com um mix 55% açucareiro. “Produzimos 200 mil toneladas de açúcar VHP, e 106 milhões de litros de etanol anidro e hidratado. Tivemos uma leve quebra de produtividade agrícola, compensada pelo teor de ATR que atingiu 143 kg/ton”, disse

Segundo o executivo, a capacidade de moagem atual da usina é de 2.8 milhões de toneladas, e com os investimentos a meta é atingir 3.2 milhões de toneladas, em 2022.