JornalCana

Área mecanizada em São Paulo cresce para 49,1% em 2008/09

A utilização de máquinas colheitadeiras nos canaviais paulistas alcançou 49,1% da área colhida na safra 2008/09. Os dados produzidos pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foram divulgados pela Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (SMA).

A mecanização elimina a necessidade de queima da palha da cana-de-açúcar, um procedimento adotado para facilitar o corte manual da planta. Na safra 2008/09, que teve 3,9 milhões de hectares (ha) de área colhida no Estado, a mecanização avançou em 157 mil ha em comparação ao ciclo 2007/08, equivalendo a mais de 2 milhões de ha.

Segundo o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, o índice de 49,1% seria ainda maior se fosse considerada a colheita mecanizada realizada apenas nos canaviais das usinas, excluindo-se as áreas cultivadas por fornecedores. “Nas áreas das unidades processadoras, a mecanização atingiu, em média, 60% da área colhida na safra passada,” destacou. Além disso, segundo Padua, o índice só não foi maior devido às consequências da crise financeira global sobre o setor nos últimos meses, o que reduziu as encomendas de máquinas colheitadeiras por parte das usinas.

Para o coordenador da área de responsabilidade ambiental corporativa da UNICA, Daniel Lobo, que regularmente visita usinas para acompanhar o andamento dos programas de mecanização, o emprego das máquinas vai continuar crescendo nas lavouras de cana-de-açúcar. As usinas continuam no processo de adequação, reformando os canaviais, construindo uma nova infra-estrutura viária para escoar a produção e capacitando os funcionários responsáveis pela operação das máquinas associadas à mecanização”, observa.

Em 2002, uma lei paulista fixou prazos para a erradicação da queima: 2021 (áreas mecanizáveis) e 2031 (áreas não mecanizáveis). Mas a crescente mecanização das lavouras de cana-de-açúcar no Estado se deve, principalmente, ao acordo firmado em junho de 2007 entre a indústria paulista e o Governo do Estado. Na ocasião, estabeleceu-se o compromisso de antecipação dos prazos legais anteriormente fixados. O documento, chamado de Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, prevê o cumprimento de metas mais curtas: 2014 (para área mecanizáveis) e 2017 (para áreas não mecanizáveis).

O protocolo já foi assinado por 155 usinas instaladas no Estado, o que representa 90% das empresas paulistas do setor, e por mais 24 cooperativas de fornecedores de cana. Um certificado de conformidade, chamado de Etanol Verde, foi criado para atestar que as usinas signatárias do protocolo vêm cumprindo as metas voluntárias de antecipação da eliminação da queima da cana. Outra ação muito importante e pouco divulgada é que estas usinas também se comprometeram a proteger 140.000 hectares de mata ciliar, ou o equivalente a 32.000 km de rios”, destacou Lobo.

Em agosto de 2008, outro protocolo semelhante ao já assinado em São Paulo foi firmado em Minas Gerais (MG). O documento foi oficializado entre o segmento canavieiro em MG, representado pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais (SIAMIG/SINDAÇÚCAR-MG), e o poder público mineiro. O Protocolo de Intenções de Eliminação da Queima da Cana no Setor sucroalcooleiro de Minas Gerais prevê o fim da prática que realiza queimada nos canaviais até 2014.

Enquanto a colheita mecanizada proporciona benefícios ambientais, ela também pode gerar um problema social, provocado pelo desemprego de trabalhadores rurais que atuam diretamente no corte manual. Preocupadas em manter os trabalhadores empregados após o final da queima, várias usinas paulistas vem desenvolvendo programas de qualificação profissional voltados para os cortadores de cana. Desde 2006, também vigora um protocolo assinado pela UNICA e a Federação dos Empregados Rurais Assalariados do Estado de São Paulo (FERAESP), visando o aperfeiçoamento continuo das condições de trabalho rural no setor sucroenergético paulista. “A UNICA está atenta à questão da requalificação profissional destes trabalhadores, para que eles possam desempenhar outras funções, dentro ou fora do setor”, ressalta Rodrigues.

As informações partem da assessoria de imprensa da Unica.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram