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Área agrícola sofre com falta de mão-de-obra

Com o advento da mecanização do corte nas lavouras canavieiras antes do final do prazo da queima autorizada, nota-se latente a carência por profissionais na área agrícola. Outro fator observado é que os cursos não conseguiram atender essa demanda crescente. Essa é a opinião é de Essio Gandini Filho, sócio diretor da Consultoria Completa, que admite que além de faltar gente, os projetos para dar oportunidade ao trabalhador rural em uma nova função na lavoura, não atenderam a necessidade. “O foco maior da qualificação está na agrícola na questão de Carregamento e Transporte, e na liderança”, explica.

Gandini lembra que as vagas em falta de mão-de-obra especializada na indústria são para: soldador, mecânico, instrumentista e eletricista industrial. “Hoje não há eletricista industrial no setor e nem cursos específicos, por isso o segmento deve se dedicar para preparar esse profissional, principalmente frente as exigências do Ministério do Trabalho”, comenta.

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No quesito admissão, o Grupo Clealco, do interior de São Paulo, saiu na frente e contratou nessa safra 2013/14, 500 profissionais. Dentre esses, 450 funcionários foram direcionados para o campo, 33 para a indústria e 17 para o administrativo. Além de contratar, treinou na safra atual, já pensando na seguinte, cerca de 700 pessoas, sendo 500 colaboradores internos e 200 externos, nas mais diversas funções também com destaque para o campo (operador de colhedora, operador de trator, mecânicos em geral e eletricistas). “Temos uma margem de 50% de mão-de-obra qualificada em espera, pois pensamos na necessidade da safra do ano que vem, devido o final do prazo para corte de cana queimada. Todos os dados são mantidos em um banco de talentos, em que a empresa lança mão de acordo com a necessidade”, diz Rodrigo de Ávila Mariano, coordenador de RH da Clealco.

Segundo ele, a empresa chegou a contratar em março deste ano, cerca de 350 profissionais de uma só vez. “Entre as funções contratadas 140 para tratoristas, 100 pessoas para o cargo de auxiliar agrícola em geral e 30, para motorista”, lembra.

O executivo explica que o setor sucroenergético precisa valorizar mais a mão-de-obra interna. “Essas promoções ajudam na motivação do colaborador, aumentam seu senso de propriedade, a remuneração e ele se sente valorizado, com maior compromisso com a empresa. Essa é uma bandeira muito defendida pelo Grupo Clealco, tanto é que hoje 70% do quadro de funcionários da companhia é formada por mão-de-obra interna, fruto de promoções”, enfatiza.

Para Beatriz Rossi Resende de Oliveira, presidente do Gerhai (Grupo de Estudos em Recursos Humanos na Agroindústria), é importante o profissional ser inteiramente qualificado. “Qualificado hoje significa o profissional estar capacitado para o cargo que ocupa (a parte da execução em si) e demonstrar posturas e atitudes profissionais adequadas aos ambientes organizacionais”, finaliza.

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