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Aposta no biocombustível aumenta área plantada no Estado

De um ano para outro, a área de lavouras de canola no Estado aumentou cerca de 30%. A partir da perspectiva do aumento da produção do biocombustível, produtores e indústrias investem em novas tecnologias e apostam na canola para diversificar o campo e turbinar a economia regional.

A chegada da cultura ao Estado, que começou a ser plantada comercialmente há cerca de 10 anos, foi tímida, mas cresce a cada ano. Em 2007, segundo a Emater, foram 22 mil hectares da cultura. Este ano, a estimativa é de que a área alcance os 28 mil hectares.

A maior parte da produção vai para a fabricação de óleo comestível, mas o interesse das indústrias de biocombustível pela cultura a tornam ainda mais desejada. Em Passo Fundo, no norte do Estado, o engenheiro agrônomo Gilberto Ferrari, da Agrícola Ferrari, comanda um projeto ambicioso que tem a canola como protagonista. Somadas, as lavouras próprias e as de 80 agricultores parceiros saltaram dos 2,6 mil hectares em 2007, para os atuais 3,8 mil hectares. A produção, que foi de 3,9 mil toneladas em 2007, está estimada em 5,7 mil de toneladas.

— Temos mercado para toda a produção. O que não conseguimos vender por aqui pode ser exportado — argumenta Ferrari.

A produtividade da cultura, no entanto, ainda é baixa. No ano passado, foi de 1,5 mil kg/hectare. Mas o investimento em novas técnicas pode começar a mudar esse quadro. Nos últimos anos, empresas de máquinas agrícolas começaram a investir em equipamentos específicos para a colheita da canola. Uma das novidades é uma plataforma que pode ser adaptada a um trator. Ela é usada para cortar a planta (no ponto de maturação), que depois do corte fica enfileirada por 15 dias na lavoura até ser colhida por uma colheitadeira que recebe a plataforma adaptada.

— Se fizermos a colheita direto com a colheitadeira, ela acaba danificando os grãos e isso vai gerar uma perda na produção. Com esta ferramenta, conseguimos colher, em média, de 300 a 400 quilos a mais por hectare — conta Ferrari, que investiu cerca de R$ 60 mil na máquina.

Por enquanto, toda a produção da empresa é destinada a uma indústria gaúcha de óleos comestíveis. O preço, segundo Ferrari, é atraente, já que acompanha o valor pago pela saca de soja, com um adicional que pode variar de R$ 4 a R$ 5, dependendo do período.

A instalação da BSBIOS em Passo Fundo, causou mudanças em muitas propriedades rurais da região. Hoje, a produção do combustível verde é feita essencialmente com soja, mas o objetivo da empresa é de que a canola assuma o papel de principal componente da energia limpa fabricada pela companhia.

— O grande projeto da empresa é o biodiesel de canola. Mas para isso, precisamos ter uma escala mínima de produção para mantermos o projeto — conta Valdecir José Zonin, agrônomo e coordenador do departamento de fomento da BSBios.

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