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Após pico, preço do álcool cai nos postos

Após atingir na semana passada seu maior preço ao consumidor não visto desde março de 2006, o preço do etanol vendido em Ribeirão Preto caiu -algo que não ocorria desde junho do ano passado. Culpa do consumidor que, diante dos aumentos, passou a optar pela gasolina e fez a demanda pelo combustível da cana empacar.

Em pelo menos cinco postos com bandeira consultados ontem pela Folha, o litro do combustível caiu de R$ 1,89 para R$ 1,79, o mesmo patamar verificado há duas semanas.

A queda no preço final do etanol aconteceu mesmo diante do aumento do produto nas usinas, verificado na última semana pelo Cepea (Centro de Estu! dos Avançados em Economia Aplicada), órgão ligado à Esalq/USP.

De acordo com vice-presidente da Brascombustíveis (Associação Brasileira do Comércio Varejista de Combustíveis Automotivos), Renê Abbad, a dependência dos donos de postos pelo etanol foi o que levou à diminuição dos preços ao consumidor.

Segundo Abbad, a queda na procura pelo combustível “despencou até 40%” com os últimos aumentos.

A procura menor também foi detectada pelo Cepea. Análise do órgão diz que “distribuidoras adquiriram apenas pequenos volumes, visto que, além de já estarem abastecidas, as vendas aos postos estiveram em ritmo mais lento”.

Diante desse cenário, a saída dos empresários para fazer o consumidor “destrocar” a gasolina pelo etanol foi diminuir o preço, disse Abbad.

Presidente do Sincopetro, José Alberto Paiva Gouveia (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo) afirmou que o etanol representa pelo menos 60% das vendas no mix de combustíveis. “Isso em postos que vendem menos.”

Segundo Abbad, o etanol é mais rentável para os postos porque queima mais rápido, ou seja, seu consumidor volta mais vezes para abastecer. Com isso, faz girar mais rápido os estoques de combustível e ainda consome mais no estabelecimento, segundo Abbad.

Gouveia diz ainda que o etanol é mais atrativo porque é mais barato, o que significa que compromete menos o capital de giro dos empresários.

Para conseguir continuar vendendo o produto, segundo Abbad, a escolha dos postos foi diminuir o lucro. “Nós perdemos margem [de lucro], mas não perdemos a venda.”

Segundo Rogério Santini, gerente de um posto com a bandeira Petrobrás, até a tarde de ontem, a procura por etanol seguia baixa. O estabelecimento em que trabalha baixou o preço de R$ 1,89 para R$ 1,79. “Vamos esperar para ver se vai ter efeito. Não tem nem meio dia que diminuiu o preço”, disse.

Encarregado de um posto sem bandeira, Valter Aparecido Mateuzo disse que até a tarde de ontem ainda não havia diminuído o preço do álcool, mas que, diante da mudança para baixo dos preços dos vizinhos, a possibilidade seria estudada assim que o expediente fosse encerrado ontem.

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