JornalCana

Após perdas, grupo tem negociado venda de ativos

A venda de participação do Banco Votorantim é mais uma das iniciativas do grupo liderado pelo empresário Antonio Ermírio de Moraes para ampliar o caixa, depois de ter realizado prejuízo com derivativos no valor de R$ 2,2 bilhões e ver as receitas diminuírem em meio à queda na demanda e no preço de commodities como celulose, zinco, alumínio e níquel no mercado internacional.

Em novembro do ano passado, pouco mais de 20 dias depois de anunciar perdas nas operações com moeda estrangeira, a companhia se desfez de suas empresas de biotecnologia e melhoramento genético da cana-de-açúcar CanaVialis e Alellyx, em uma transação de US$ 290 milhões (R$ 616 milhões) com a norte-americana Monsanto.

Segundo fontes do mercado, o grupo também colocou à venda a participação de 14,3% que possui na CPFL Energia, por meio da sociedade com a Camargo Corrêa, a VBC Energia. A parceira teria se recusado a comprar as ações, que valeriam R$ 2 bilhões e estariam agora sendo negociadas com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), estatal mineira que já demonstrou interesse no ativo.

Além disso, a Votorantim está renegociando a transação acertada com a Arapar, holding da família Lorentzen, para a compra de 28% da Aracruz Celulose. O negócio foi acertado em agosto por R$ 2,7 bilhões, mas pouco mais de um mês depois, a produtora de celulose admitiu que fez operações com derivativos além do limite estabelecido pelo Conselho de Adminstração, o que resultou em perdas de US$ 2,1 bilhões com derivativos.

Desde então, as ações da empresa despencaram – em um ano a queda é de 74% – e seu valor de mercado hoje é de R$ 3,8 bilhões, segundo a Economática. Em 2008, o setor de papel e celulose ficou na segunda posição entre as maiores desvalorizações em bolsa, com queda de 68,3%. Os papéis da Votorantim Papel e Celulose (VCP) registrou queda 68,2% no fechamento do ano.

A crise financeira e a acentuada desaceleração do setor tirou o fôlego das empresas e fez a VCP suspender o Projeto Losango, no Rio Grande do Sul, que estava na construção de base florestal, e de uma fábrica de celulose branqueada, inicialmente prevista para 2011. Foram demitidos 118 funcionários Já no segmento de metais, que também tem sido fortemente afetado pela crise, a companhia já demitiu 184 funcionário na unidade de Niquelândia (GO), enquanto outras unidades da empresa, como em Juiz de Fora e Paracatu funcionários saíram em férias coletivas.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram