Mercado

Após 16 meses, etanol volta a ser a melhor opção

O preço médio do álcool em Curitiba subiu 14 centavos, cerca de 7%, desde o início do mês, e está beirando os R$ 2 por litro. Mas o avanço da gasolina nesse intervalo foi tão forte – 31 centavos, ou 16% – que o derivado da cana-de-açúcar voltou a ser a opção mais vantajosa para abastecer carros flex, o que não acontecia desde junho de 2011.

Na semana passada, o litro do etanol estava sendo vendido por uma média de R$ 1,955 nos postos da cidade, o equivalente a 69% do custo da gasolina (R$ 2,848). Abaixo, portanto, da marca de 70% habitualmente usada para definir até que ponto o álcool é competitivo.

R$ 1,955por litro era o preço médio do etanol em Curitiba na semana passada, variando de R$ 1,699 a R$ 2,099. O valor mais comum na cidade é o de R$ 1,999 por litro, cobrado por um terço dos postos pesquisados.

Notas escondidas

A ANP promete “fiscalizar em breve” os postos de Curitiba que não têm apresentado notas fiscais de compra de combustível aos pesquisadores contratados pela agência. A maioria dos estabelecimentos desrespeita a norma que exige a exibição desses documentos, que comprovam de quem o posto compra combustível.

Os relatórios mensais da ANP (agência que regula o setor) mostram que a relação se manteve acima de 70% por 16 meses consecutivos – no mês passado, ela oscilou em torno de 74%. Isso deu grande impulso ao consumo de gasolina e deprimiu o mercado de etanol, que está em retração pelo segundo ano seguido. De janeiro a setembro, foram vendidos 565 milhões de litros do combustível de origem vegetal no Paraná, 13% menos que em igual intervalo do ano passado. Enquanto isso, a demanda por gasolina aumentou 17%, para pouco mais de 2 bilhões de litros.

Dois fatores mantinham o derivado do petróleo como a alternativa mais econômica: o congelamento dos preços da gasolina nas refinarias e a queda na oferta de etanol, provocada por quebras na safra de cana e pela falta de investimento na renovação e ampliação de canaviais.

O que inverteu esse quadro foi o forte reajuste promovido pelos postos de Curitiba a partir do fim de outubro, às vésperas do feriado de Finados. Embora o custo da gasolina tenha continuado o mesmo nas refinarias, as distribuidoras passaram a cobrar 2% mais pelo produto, em média. E os postos, na ponta da cadeia, elevaram o preço ao consumidor em cerca de 16%.

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