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Apetite do mercado internacional pelo açúcar brasileiro é cada vez maior

80% da produção nacional do alimento na safra 2021/22, já foi comercializada

A pandemia impactou o mercado mundial de açúcar fazendo com que a commodity registrasse um déficit significativo no ano comercial 2020/21. “No entanto, a perspectiva é de recuperação com o relaxamento das restrições sociais em importantes países consumidores e o avanço da vacinação contra a doença”, afirmou diretor da Organização Internacional do Açúcar (ISO, na sigla em inglês), José Orive, durante participação na 14ª edição do Santander ISO DATAGRO New York Sugar & Ethanol Conference, realizada nesta terça (18) e quarta (19).

De acordo com o Orive, a estimativa é de que a produção global de açúcar recue pelo terceiro ano consecutivo, alcançando 169 milhões de toneladas. O executivo informou ainda que a Covid-19 causou aumento nas importações no ano comercial 2019/20, com países temendo diminuição na oferta e um eventual fechamento de fronteiras como medida sanitária para conter o avanço da doença.

No evento, o economista sênior da ISO, Peter De Klerk, afirmou que a produção de açúcar na União Europeia (UE), predominantemente de beterraba, tem potencial para atingir 14,7 milhões de toneladas na safra 2021/22, alta de 800 mil. De Klerk disse ainda que tanto as importações quanto as exportações de açúcar da UE deverão recuar para 1,45 milhão de toneladas e 700 milhões de toneladas no ciclo 2021/22, respectivamente.

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José Orive, diretor da ISO

Representantes de grandes players do mercado sucroenergético também debateram sobre o ambiente macroeconômico global e a sua relação com o setor. Jeff Dobrydney, vice-presidente sênior da JSG Commodities (Trumbull, USA), afirmou que a possibilidade de inflação nos Estados Unidos criou um ambiente favorável para as commodities e, caso a moeda norte-americana siga uma tendência de baixa ante as divisas rivais, mercados emergentes, como o do Brasil, podem receber mais dinheiro estrangeiro.

A dúvida é quanto à produção brasileira que enfrenta as adversidades climáticas desde o ano passado e tende a ter uma queda, ocasionando também na redução do total de açúcar disponível no mercado doméstico. Segundo publicação da DATAGRO, o apetite do mercado internacional pela commodity brasileira está cada vez maior e 80% do açúcar previsto para ser exportado na safra 2021/22, já foi comercializado, ante 60% no mesmo período do ano passado.

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Quanto aos números para a safra em curso, o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, apresentou as estimativas da consultoria, projetando moagem de 623,0 milhões de toneladas de cana, montante 5,2% inferior ao processado no ciclo 2020/21, sendo 572,0 milhões de toneladas no Centro-Sul e 51,0 milhões de toneladas no Norte/Nordeste.

Em relação à produção de açúcar, há a expectativa de que o país produza 39,2 milhões de toneladas; 36,3 milhões de toneladas no Centro-Sul e 2,9 milhões de toneladas no Norte/Nordeste. Para o etanol, projeta-se 27,2 bilhões de litros; 25,1 bilhões oriundos do Centro-Sul e 2,1 bilhões do Norte/Nordeste.

 

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