JornalCana

Aos 60 anos, Jacto profissionaliza gestão

No ano em que se completa cem anos da chegada ao Brasil dos primeiros imigrantes japoneses, a Máquinas Agrícolas Jacto chega aos 60 anos com os olhos no futuro globalizado. Fruto do trabalho do imigrante Shunji Nishimura, a empresa acaba de completar o processo de profissionalização de sua direção e se prepara para construir uma fábrica na Tailândia.

O executivo gaúcho Martin Mundstock assumiu em dezembro de 2007 o cargo de diretor-presidente, o último na estrutura do grupo empresarial ainda ocupado por um membro da família do fundador, que passa a fazer parte do conselho de administração.

O novo diretor-presidente da Jacto iniciou a carreira na SLC, fabricante de máquinas agrícolas que se uniu à John Deere. Ele atuou nas áreas financeira, comercial, e de recursos humanos da John Deere no Brasil, nas áreas de marketing e de engenharia da companhia nos Estados Unidos e foi diretor de qualidade para a América do Sul.

Fiel ao seu estilo de dar os passos de forma segura, o processo de transformação do perfil de companhia familiar foi desenvolvido ao longo dos últimos sete anos, quando os principais cargos executivos foram sendo ocupados aos poucos por profissionais com grande experiência no mercado. O objetivo é manter a empresa moderna e ligada ao mercado globalizado.

Mundstock afirma que a família Nishimura construiu uma companhia que tem conseguido resultados expressivos em mercados caracterizados pela competitividade e que o trabalho agora é de aprofundamento, uma vez que os fundamentos estão firmes.

Uma das novidades para 2008 é o lançamento de uma colhedora de laranja, fruto do trabalho de pesquisa de técnicos da Jacto nos últimos 10 anos. Mais um produto da filosofia de pensar soluções para a agricultura brasileira, que já resultou no passado na primeira colhedora de café.

Outra novidade é a construção de uma unidade na Tailândia, que vai produzir um modelo de pulverizador costal. A fábrica deve ficar pronta ainda no primeiro semestre e dará à Jacto condições de expansão para outros mercados da Ásia, como a China.

Com sede em Pompéia, interior de São Paulo, a empresa é especializada na fabricação de pulverizadores e colhedoras de café. Seus produtos estão presentes em 90 países.

História – A Máquinas Agrícolas Jacto é fruto do sonho, trabalho e perseverança do imigrante japonês Shunji Nishimura, que chegou ao Brasil em 22 de marco 1932, a bordo do navio Buenos Aires Maru. Em 1948, Nishimura inventou e patenteou a primeira polvilhadeira nacional.

Em sua oficina, na Rua Senador Rodolfo Miranda, nº 127, em Pompéia, começou a produzir as polvilhadeiras para serem colocadas nas costas do operador. No primeiro ano, Nishimura e os três empregados produziam 30 polvilhadeiras por mês.

A oficina se transformou em fábrica e surgiu a indústria Máquinas Agrícolas Jacto Ltda., criada de fato em 1948, mas oficializada apenas em novembro de 1949. O nome foi inspirado na fumaça deixada no ar pelos aviões a jato.

As polvilhadeiras evoluíram para modelos costais mais leves e surgiram os primeiros modelos montados em tratores, destinados às grandes culturas de algodão e café. A evolução dos modelos foi acompanhando as mudanças nas características dos inseticidas e defensivos agrícolas e as transformações da agricultura brasileira e em 1966 a Jacto começou a fabricar pulverizadores manuais com reservatório de plástico.

Também para responder as novas exigências dos agricultores, a empresa investiu em novos modelos de pulverizadores de barra destinados às grandes culturas.

Nessa época, a Jacto se lançou numa empreitada inédita: o desenvolvimento da primeira colhedora de café do mundo. Em 1973, após seis anos de estudos e o desenvolvimento de três protótipos, a colhedora K3 foi lançada, representando um grande salto tecnológico e de mercado para a empresa.

Com a experiência da K3 a Jacto comprovou na prática a importância da pesquisa para o aperfeiçoamento e a criação de novos produtos. Desde então, esse aspecto consolidou-se na cultura da empresa, que mantém um centro de pesquisa e desenvolvimento.

Selo comemorativo expressa agradecimento ao Brasil

A certeza de que ninguém cresce sozinho sempre permeou a trajetória da Jacto e de seu fundador, Shunji Nishimura. O imigrante sempre exaltou seu reconhecimento ao país que o acolheu e lhe deu condições de construir a sua história de sucesso. Tanto que o tema dos 60 anos da empresa é “Obrigado Brasil”.

E para expressar esse reconhecimento, a Jacto desenvolveu um selo comemorativo, com a imagem do fundador sobre as bandeiras de suas duas pátrias, o Brasil e o Japão. O selo também é uma referência e uma homenagem à comemoração dos cem anos da imigração japonesa ao Brasil.

Grupo mantém três colégios em Pompéia

A construção da história de sucesso da Jacto se deve muito à filosofia do fundador, Shunji Nishimura, sempre grato ao país que o acolheu. A empresa é uma demonstração da força da combinação do sonho, do trabalho e da união de pessoas e culturas diversas em torno de objetivos comuns. Além de desenvolver tecnologia e uma empresa genuinamente brasileiras, a Jacto encontrou na educação outra forma de contribuir com o país e a comunidade onde atua.

A Fundação Nishimura mantém em Pompéia, sede da empresa, um colégio de ensino fundamental, um colégio técnico agrícola e um colégio profissionalizante, com a missão de semear o conhecimento, desenvolver a capacidade de comunicação, raciocínio e visão crítica em crianças e jovens.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram