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Ao telefone, Lula e Bush discutem Doha e álcool

Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e George W. Bush, dos EUA, falaram ontem pela manhã por cerca de 20 minutos ao telefone. Na conversa, discutiram a posição dos respectivos países no tocante às negociações da Rodada Doha na Organização Mundial do Comércio e tocaram rapidamente no assunto do etanol brasileiro como alternativa de energia renovável para a crise por que passa o mercado de combustível americano.

Esses são os pontos em que o Palácio do Alvorada e a Casa Branca parecem concordar. Há discrepâncias, no entanto, sobre quem teria tido a iniciativa do telefonema de ontem e o tom da conversa. Segundo Brasília, o brasileiro teria ligado dias antes, mas o norte-americano estava em viagem ao Iraque e por esse motivo só teria ligado de volta ao brasileiro ontem. Segundo disse à Folha fonte do Departamento de Imprensa da Casa Branca que pede para não ser identificada, Lula foi o autor do telefonema.

O comunicado oficial da Casa Branca deixa o brasileiro numa condição desigual na negociação entre os dois países, ao dizer que o presidente do Brasil “reconheceu” e “agradeceu” a liderança de Bush na OMC. Segundo o comunicado, “o presidente Lula, do Brasil, ligou para o presidente [Bush] para discutir o status das negociações em andamento na Organização Mundial do Comércio, em Genebra. Os dois presidentes expressaram a importância da bem-sucedida Rodada Doha e ressaltaram que seus respectivos negociadores comerciais receberam instruções para buscar um acordo comercial que beneficie a todos”.

Destravar Doha

Segundo apurou a Folha em Brasília, o brasileiro buscava renovar uma proposta feita há mais de sete meses, até agora sem sucesso, de que os líderes mundiais se encontrem para tentar destravar as negociações da Rodada Doha. A proposta deixa implícito que o Brasil não acredita que será cumprido o prazo fixado para que os países cheguem a um acordo. Pelo calendário, deveria haver um consenso na abertura comercial até o dia 29 deste mês.

Ainda está marcada uma reunião dos ministros das Relações Exteriores para o final de junho, em Genebra, num último esforço para destravar a negociação. Lula defende que as concessões na parte técnica já chegaram a um limite e agora só os presidentes das nações podem negociar os termos para se chegar a um acordo. O brasileiro já propôs diversas vezes desde dezembro um encontro entre os líderes, mas a proposta enfrenta resistências.

Agora, com o muito provável fracasso das negociações dentro do prazo previsto, Lula espera que sua proposta ganhe novo fôlego.

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