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Ano eleitoral deve atrapalhar o ritmo do setor agrícola, projeta Rodrigues

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do Conselho Superior do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), diz que este ano deve ser ruim para o setor agrícola brasileiro, por conta dos preços baixos e da falta de competitividade nas principais commodities, em virtude da desvalorização do dólar. “Prevejo um ano agrícola difícil, seja por causa do câmbio, que já tirou a competição para alguns produtos, como a carne, seja por causa do consumo de alguns produtos que não se recuperaram lá fora, como o suco de laranja, ou pela especulação que persiste”, disse Rodrigues.

Na opinião do ex-ministro, o cenário de preços baixos e de exportação pouco competitiva será agravado pelo fato de 2010 ser ano eleitoral e com expectativa de safra recorde de grãos. “No ano eleitoral a tendência das plataformas políticas é atender à maioria da população, e não há atitude que permi! ta melhorar a renda da agricultura, porque perturbará o consumidor. Teremos safras recordes de soja, milho, de alguns produtos agrícolas e, com o câmbio apertado, acabam priorizando o mercado interno, de modo que a oferta vai ser grande.”

Para Rodrigues, os dois principais complexos exportadores da balança comercial do agronegócio brasileiro em 2009, soja e sucroalcooleiro, terão situações distintas em 2010. “O açúcar ainda terá um preço médio melhor que o resto, mas para o preço da soja a tendência é cair em dólar com a safra recorde e deve criar problemas em regiões onde a logística ainda é difícil”, avaliou.

Segundo Rodrigues o dólar da colheita da safra de verão, em torno de R$ 1,75, não deve ser o mesmo de quando os insumos foram comprados para o plantio, que variou entre R$ 1,90 e R$ 1,95. “Além do problema do dólar, há o descasamento do preço do insumo e o preço final”.

O presidente do Conselho afi! rmou que o forte crescimento industrial brasileiro pode reverter, em 2010, o cenário no qual exportações de commodities foram maiores que as de manufaturados. “Se mantiver esse processo de forte crescimento industrial, não necessariamente a matéria-prima terá mais volume de dinheiro que os manufaturados.”

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