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Ano de recordes para as montadoras

As vendas de veículos no mercado interno estão crescendo menos do que esperavam as montadoras. Para o presidente da Anfavea, Rogelio Golfarb, há crescimento acanhado nas vendas de automóveis, desaceleração nas de caminhões e redução nas de máquinas agrícolas.

Essa visão do momento pelo qual passa a indústria automobilística sugere dificuldades.

Não é o que mostram os dados divulgados pela própria Anfavea. Não que as avaliações de seu presidente estejam erradas. Estão certas, e indicam que a situação poderia ser melhor. Mas, mesmo não sendo aquele esperado pelas montadoras, o cenário é animador.

A produção de veículos em agosto foi 5,8% maior que a de julho e 8,9% superior a de agosto do ano passado. O acumulado dos oito primeiros meses do ano, de 1,628 milhão de unidades, é o maior da história.

A cada mês, a Anfavea vem revisando sua projeção para a produção em 2005.

A mais recente é a de que sairão das linhas de montagem 2,45 milhões de unidades, novo recorde histórico. Há algum tempo, as montadoras se queixavam do excesso de capacidade ociosa, fruto dos investimentos que realizaram na década passada.

Se o ritmo de expansão observado em 2005 se mantiver, em pouco tempo a indústria automobilística substituirá as queixas pelos investimentos passados por novos planos de expansão da capacidade produtiva.

O aumento da produção neste ano, de quase 11% sobre o recorde de 2004, será puxado pelas exportações, que podem chegar a US$ 10,8 bilhões. No entanto as vendas no mercado interno, cujo comportamento causa alguma decepção entre as montadoras, crescerão cerca de 5%, aumento maior do que o projetado para o PIB.

A indústria automobilística registra, no Brasil, impactos diferentes da alta do petróleo bruto. De um lado, as montadoras se queixam da pressão sobre seus custos (muitos componentes são derivados de petróleo), mas, de outro, observam a consolidação do mercado de veículos bicombustíveis, que oferecem ao consumidor uma alternativa à gasolina. Há um ano, os veículos que utilizam indistintamente álcool e gasolina representavam 24,4% da produção; em agosto, os bicombustíveis respondiam por 61,7% do total produzido no País.

Apesar de certa frustração com as vendas internas, o presidente da Anfavea reconhece que este está sendo um ano peculiar. Em outros tempos, uma crise como a que afeta o governo teria efeitos nocivos sobre a atividade econômica. Referindo-se aos recordes de produção, Golfarb disse: Jamais imaginaríamos um desempenho desses com a crise política. É mais uma demonstração de que o País amadureceu.

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