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Angola: a nova fronteira do etanol

Estudos recentes indicam a viabilidade da produção de biocombustíveis na América Central e na África, sendo que no continente africano, os dois países com maiores potenciais são Angola e Moçambique. Angola saiu na frente, pois está em processo de implantação o projeto Biocom – Companhia de Bioenergia de Angola Ltda., uma joint venture entre a Construtora Norberto Odebrecht (40%), o grupo privado angolano Damer (40%) e a estatal petrolífera angolana Sonangol (20%).

A Biocom, uma grande indutora de empregos no meio rural, será construída no município de Cacuso, província de Malanje. Ficará próxima à hidrelétrica de Capanda, obra pioneira da construtora brasileira, iniciada nos difíceis anos 80 (em plena guerra civil, que durou 27 anos após a independência de Portugal em 11/11/1975), e que, devido ao conflito, foi finalizada em 2007 e que hoje gera 520 MW.

Findado o conflito, Angola com uma população de 17 milhões de habitantes (estimativa, 2007), rica em recursos minerais (poderá ser o maior produtor mundial de diamantes nos próximos 20 anos, segundo o World Bank), hidrocarbonetos (1,986 milhão de barris diários) e que tem um fabuloso potencial agrícola, está investindo pesado em todos os setores e nos últimos três anos cresceu numa média anual de 17%, percentual que coloca Angola entre os países com maior crescimento econômico no mundo, quase o dobro da China.

A Biocom, orçada em US$ 258 milhões, está inserida nesse objetivo de desenvolvimento. O projeto que será implantado numa área total de 24 mil hectares, sendo 20 mil para produção e 4 mil em rotação, já iniciou o plantio de 4.000 hectares e até 2012 estará produzindo 30 milhões de litros de etanol e 250 mil toneladas de açúcar, que serão consumidos internamente

O bagaço de cana será utilizado para geração de eletricidade, que deverá alcançar 160 mil megawatts (MW) anuais.

Além da destinação industrial e a partir de uma política para seu uso como combustível veicular, o etanol trará entre outras vantagens: 1ª) Utilização do hidratado nos carros flex fuel e do anidro misturado à gasolina como já ocorre com tremendo sucesso há anos no Brasil; e 2ª) Como diminuirá a poluição ambiental, poderá se habilitar para vender os créditos de carbono dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), o que lhe dará um faturamento extra de 1,3 milhão de euros/ano.

Com ampliações e outras usinas já previstas, Angola deixará de ser importadora de açúcar – só do Brasil importou 278 mil toneladas em 2008, que, a um preço médio de US$ 281,58 a tonelada, alcançou US$ 78 milhões -, o que por si só viabiliza a Biocom. Assim, passará, junto com o etanol, a exportadora desses produtos, com uma excelente vantagem, pois, como ex-colônia de Portugal, pode exportar para a União Europeia sem nenhuma sobretaxa.

Além de o Brasil transferir tecnologia que domina há mais de 30 anos, a Biocom mostra que a participação da Odebrecht em mais esse empreendimento no exterior está em perfeita consonância com o lema de Angola: “A unidade dá força”, pois, com a firme união dos dois países amigos, eles terão mais força para enfrentar os desafios, visando o progresso de seus povos, pois não há dúvida de que as energias renováveis já têm o seu lugar garantido no cenário mundial.

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