Anfavea quer parceria com EUA no etanol
A visita do presidente americano George W. Bush ao Brasil, nos dias 8 e 9 de março, pode ser uma boa oportunidade para o país negociar acordos estratégicos na área de biocombustível. O Brasil é hoje o maior produtor de etanol para uso combustível, mas deve começar a se preocupar sobre como manter essa posição no futuro.
A partir de agora, a corrida para a produção de etanol no mundo será grande. Muitos países já começam a investir pesado nessa área.
Rogelio Golfarb, presidente da Anfavea, defende que, além de acordos com os EUA para a venda de etanol, o governo brasileiro também discuta uma parceria para o desenvolvimento de pesquisas com relação à produção com base em celulose, de fontes como lascas de madeira e detritos agrícolas. Os ganhos em produtividade podem ser 50 vezes maiores em relação ao etanol feito com cana ou milho.
A preocupação de Golfarb é o Brasil manter, nos próximos anos, a vantagem competitiva que possui atualmente na produção de etanol.
Para ele, o primeiro que dominar a tecnologia da produção de etanol com base em celulose poderá se tornar um grande “player” do setor. “O Brasil não pode ficar para trás”, diz.
A ampliação de acordos de parceria do Brasil com os Estados Unidos interessa a Anfavea por diversos motivos. Em primeiro lugar, pelo fato de o Brasil ser um grande produtor de carros bicombustíveis, os chamados “flex fuel”.
Além disso, a ampliação desse mercado de biocombustível é importante para toda a cadeia automotiva, desde a base até o ponto-de-venda, passando pelas máquinas agrícolas, automóveis e caminhões.
Apesar de o biocombustível ser apontado como o principal motivo da viagem de Bush ao Brasil, outro tema também deve fazer parte da agenda, o temor por parte dos EUA do avanço de Hugo Chávez na América do Sul. Para Golfarb, o biocombustível pode abrir as portas para uma relação diplomática diferenciada do Brasil com os EUA.
