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Âncora verde é negócio de US$ 15 bilhões/ano

Com nova expectativa de safra recorde, em 2004/2005, o Brasil, definitivamente, tornou-se uma superpotência agrícola, na definição do ex-secretário de Estado dos Estados Unidos, Colin Powell. Ele esteve em Brasília e, como sempre, os estadunidenses antecipam os fatos, declarando que o Brasil deverá ultrapassar mesmo os EUA. O agronegócio está respondendo por mais de 40% das exportações nacionais, criando a famosa “Âncora Verde” da economia. Atualmente, somos os maiores exportadores mundiais de carne de frango, suco de laranja, açúcar, café e tabaco, estando a soja em primeiro lugar na fila, para ser acrescentada como um dos campeões mundiais nas exportações nacionais. O rebanho bovino, alimentado com grama, capim, tem 175 milhões de cabeças, o maior do planeta, e salvo a irresponsabilidade de alguns criadores do Amazonas e da crônica falta de verbas para vacinação sistemática contra a febre aftosa, também deverá nos colocar como número um nas vendas globalizadas, nós que ultrapassamos os Estados Unidos. A rentabilidade agrícola, a bem de verdade, foi ajudada pelas doenças que varreram a Europa e a Ásia, além dos EUA, como o Mal da Vaca Louca e a Gripe do Frango. O superávit do agronegócio bateu em US$ 30 bilhões, para um total na balança comercial de US$ 33 bilhões. Logo, tudo o que foi bom para o meio rural brasileiro foi excelente para o País. O cerrado foi aproveitado com irrigação, cal e fósforo, através de estudos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Embrapa, com o que terras antes desprezadas passaram a dar fabulosas safras de milho, algodão e soja, mesmo sendo áreas de clima tropical. Hoje, são 40 as variedades de soja adaptadas especialmente ao cerrado. O Banco Mundial alerta que a expansão magnífica do Brasil deu-se em cima de uma base científica sólida, o que deve nos manter neste rumo, destinando verbas às pesquisas.

Mas, também a abertura comercial ajudou no desenvolvimento, pois na década de 90, o tão criticado presidente Collor de Mello abriu as importações e liberou as exportações. Com isso, aumentaram as compras de tratores, fertilizantes, colheitadeiras, sementes e pesticidas. No Mato Grosso são duas colheitas por ano que rendem três toneladas de grãos por 0,40 hectare, ou 4.046 metros quadrados. Para um País onde, nos anos 60, o café representava 60% das exportações, até que aprendemos a lição da diversificação dos produtos, não só agrícolas como semifaturados e industrializados. Hoje, o café está em 7º lugar na pauta das exportações. Como calcula-se que mais 20 milhões de hectares serão incorporados à produção agrícola até 2010, é fácil deduzir-se que o Brasil será sim o “celeiro do mundo”, e num futuro bem próximo. Portanto, não surpreende que os europeus e os norte-americanos ampliem subsídios aos seus próprios agricultores, mas a luta começa a ser perdida, em favor do Brasil, segundo reconhecem especialistas agrícolas dos Estados Unidos e da União Européia. Apelando à Organização Mundial do Comércio, o Brasil provou que os subsídios ao açúcar e ao algodão, na Europa e nos EUA, são ilegais, um novo baque para os todo-poderosos líderes, antes da chegada dos brasileiros no mercado mundial. Com o ultimato dado à Rússia na questão das carnes, o Rio Grande do Sul deve voltar a exportar, agregando mais empregos e valores. Não se pode ficar à reboque de influências que não exatamente técnicas e o governador Rigotto tem sido insistente nesta questão, defendendo os interesses econômicos gaúchos.

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