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Amyris capta US$ 42 milhões para investir em diesel de cana

A companhia americana de tecnologia Amyris Biotechnologies divulgou a captação de US$ 42 milhões no mercado internacional para investir na produção de diesel da cana-de-açúcar no Brasil.

A empresa, que tem uma planta na cidade de Campinas (SP) e detém a tecnologia nesse segmento, recebeu aporte de novos investidores, entre eles o Grupo Cornélio Brennand, de Recife, e o grupo britânico Naxos UK.

A Amyris também recebeu investimentos de seus atuais acionistas, que incluem Votorantim Novos Negócios, Fundos Khosla Ventures, Kleiner Perkins e TPG (Texas Pacific Group).

Segundo o diretor executivo da Votorantim Novos Negócios e membro do conselho de administração da Amyris, Fernando Reinach, o objetivo da empresa é investir esses recursos para transformar a produção de diesel de cana da escala experimental par! a a comercial.

Reinach afirma que os recursos poderão ser utilizados para comprar uma usina de grande porte e transformá-la de produtora de etanol para diesel de cana ou para construir uma nova usina. “A estratégia da Amyris ainda não está completamente definida”, disse.

O executivo ressalta que, para a produção de diesel de cana-de-açúcar, uma usina de etanol precisaria alterar a forma de fermentação da garapa e se livrar do processo de destilação, por exemplo.

O diesel de cana está sendo considerado um avanço no aproveitamento da cana-de-açúcar. “É um diesel praticamente livre de enxofre que pode substituir as importações de diesel mineral que o Brasil tem de fazer para atender à demanda interna.”

Segundo Reinach, depois que o diesel de cana-de-açúcar entrar em escala comercial, novos produtos deverão ser desenvolvidos, como gasolina e querosene de aviação feitos também da cana.

A expectativa da empresa é de que outros US$ 18 milhões sejam ca! ptados no curto prazo, totalizando US$ 60 milhões em 2009. “Existem muitos investidores interessados na tecnologia da Amyris”, explica ele.

Em nota distribuída ao mercado internacional, o presidente da Amyris Biotechnologies, John Melo, afirmou que o sucesso dessa nova rodada de captação “demonstra a confiança dos nossos acionistas na tecnologia que desenvolvemos, na estratégia e na capacidade de implementação de nossa equipe, tanto no Brasil quanto nos EUA”. Segundo ele, o próximo passo é estabelecer uma operação em escala industrial no Brasil.

PRODUÇÃO

A Amyris iniciou, em abril, a produção experimental de diesel renovável da cana-de-açúcar na unidade em Campinas. A capacidade de produção é de 90 mil litros por mês, mas a expectativa é de que a empresa esteja produzindo 1 bilhão de galões até 2015. Segundo Reinach, o diesel renovável deverá entrar no mercado em 2011.

Este ano, o diesel renovável da Amyris foi oficialmente registrado na Agência de Proteção Ambiental (EPA, da sigla em inglês) americana como o primeiro combustível a base de hidrocarbonetos feito de um vegetal que poderá ser comercializado nos EUA.

No Brasil, até maio, a Amyris tinha uma joint venture com a trading brasileira Crystalsev, parte do Grupo Santelisa Vale. Com a negociação entre a Dreyfus e a Santelisa, a Amyris decidiu comprar sua participação na trading. Dessa forma, o plano inicial de utilizar o caldo de cana das usinas do grupo Santelisa foi alterado.

BAIXO CUSTO

Segundo Reinach, o objetivo da Amyris é comercializar um combustível não apenas renovável e que substitua as importações de diesel feitas pelo Brasil mas também que seja de baixo custo. “Estamos desenvolvendo novas tecnologias para que a produção do diesel renovável tenha um custo baixo”, disse o executivo. Neste momento, Reinach explica que o diesel de cana já é competitivo com o petróleo, custando a partir de US$ 70 por galão.

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