JornalCana

Volta da CPMF também afetará o mercado de etanol

O retorno da CPMF, sigla para Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira, já é dado como certo pelo Governo federal para ajudar a fechar as contas públicas em 2016.

Também conhecida como imposto do cheque, a CPMF voltaria com o foco de sua arrecadação voltada para a educação e saúde.

O consumo de etanol tende a cair com o retorno da CPMF
O consumo de etanol tende a cair com o retorno da CPMF

E, para ser reimplantada, dessa vez teria ‘apoio’ dos governos estaduais, uma vez que parte da arrecadação seria encaminhada para a gestão da educação e da saúde nos estados, que também sofrem com menor arrecadação.

Para voltar a ser cobrada, a CPMF precisa do aval do Congresso Nacional, mas, conforme divulgado pela imprensa, o governo já teria pronta minuta de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para a volta do imposto do cheque.

O ambiente político conturbado pode emperrar uma rápida aprovação dessa PEC. Mas principalmente o Governo federal tem pressa, já fez acordos com o presidente do Senado, Renan Calheiros, para garantir apoio do PMDB, e seguirá caminho semelhante em favor da volta da CPMF.

O retorno do imposto do cheque é considerado prioridade zero para fazer com que o Governo federal economize necessários R$ 43,8 bilhões para cumprir as metas da economia, uma vez que as medidas do ajuste fiscal, junto a outras, não deverão garantir esse volume financeiro projetado.

Extinta em 2007, durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, por ter sido rejeitada pelo Senado Federal, a CPMF vigorou desde 1997 e, a partir de 2001, passou a ser de 0,38% sobre todas as operações financeiras.

O retorno desse imposto penalizará direta e indiretamente o setor sucroenergético. Conforme analistas ouvidos pelo Portal JornalCana, diretamente toda a cadeia de empresas do setor, que já vem de sete anos de crise econômica, assumirá mais um custo que pode ser de 0,38%, caso esse percentual seja reinserido.

Indiretamente, o setor também será penalizado por conta da redução do consumo de etanol e mesmo de açúcar. “Psicologicamente, o impacto de um imposto desses fará o consumidor comprar menos etanol”, avalia um economista da USP de Ribeirão Preto.

O raciocínio é o de que com a vida mais cara, o consumidor tenderá a cortar custos onde der, e o consumo de combustível ainda tem ‘gordura’ para ser reduzido.

Em agosto, o mercado nacional consumiu 1,5 bilhão de litros de etanol. Se o litro foi vendido em média por R$ 2, o 1,5 bilhão de litros movimentou R$ 3 bilhões. Se a CPMF retornar com a alíquota de 0,38%, significa que R$ 11,4 milhões do total iria para o caixa do governo.

Inscreva-se e receba notificações de novas notícias!

você pode gostar também
Visit Us On FacebookVisit Us On YoutubeVisit Us On LinkedinVisit Us On Instagram