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Uso intenso de tecnologia explica resiliência do setor

Quem afirma é o diretor da Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho  

A safra 2020/2021 começa a ser encerrada pelas usinas do Centro−Sul registrando o maior ATR de toda série histórica do setor, apesar das baixas expectativas no início da temporada, devido aos impactos da pandemia da Covid−19.

Luiz Carlos Corrêa Carvalho, diretor da Canaplan, ressalta que houve uma mudança de cenário desde o início da safra. “Saímos de um período de depressão para um período de recuperação. Essa lógica conceitual tem um peso relevante no fato que tivemos a maior seca dos últimos 10 anos, entre abril e outubro. Entretanto, a produtividade se manteve resiliente no período e melhor do que nos anos anteriores”, avalia.

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De acordo com o consultor e também de diversos produtores, o investimento nos canaviais, principalmente em soqueiras das últimas safras e o intensivo uso de tecnologias amenizaram os efeitos do clima, além da moagem acelerada, impulsionaram os resultados até o momento. Embora, a estiagem prolongada e diversos incêndios ocorridos no período, poderão impactar a produtividade da área que será colhida na próxima safra.

“Por conta da seca, houve redução do plantio de cana de 12 meses e, provavelmente, no próximo ano, terá menor teor de açúcar, que foi um espetáculo este ano, e também menor produtividade. Os incêndios também impactarão os canaviais a serem colhidos no próximo ano”, alerta Carvalho.

Outro fator que deverá afetar o volume de matéria−prima disponível ainda é a redução da área plantada nesta temporada. Isso devido à devolução econômica de terras e também pela competição com áreas para plantação de soja e milho.

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Caio Carvalho, da Canaplan

Diante desses fatos, a Canaplan apresentou suas expectativas para fechamento do ciclo atual e do próximo. A safra 20/21 deverá terminar com 595 milhões de toneladas de cana processadas, produção de 37,5 milhões de toneladas de açúcar e 27,1 bilhões de litros de etanol, com mix de 46,1% para açúcar.

As premissas para a próxima temporada serão de redução de área, aumento da idade média do canavial, os efeitos climáticos devem afetar a produtividade e qualidade da matéria−prima e o mix deve ser afetado pela menor qualidade e pela recuperação do etanol, mas o açúcar deve manter força. A consultoria acredita que a safra 21/22 terá início mais lento e terá atraso vegetativo.

Neste contexto, a Canaplan divulgou três possíveis cenários diante de duas possibilidades: no caso da área perdida for de 150 mil hectares, a moagem fica entre 575,3 milhões de toneladas e 590,6 milhões de toneladas; a produção de açúcar fica entre 33,4 milhões de toneladas e 34,3 milhões de toneladas, e a de etanol entre 25,8 bilhões de litros e 26,5 bilhões de litros.

Já com perda de 250 mil hectares, a moagem deve ficar entre 567,8 milhões e 582,9 milhões de toneladas. A produção de açúcar, entre 33 milhões e 33,8 milhões de toneladas. Para o etanol, as projeções vão de 25,4 bilhões de litros a 26,1 bilhões de litros.

Esta matéria faz parte da Edição 321 do JornalCana. Para conferir, clique AQUI.

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