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Usinas do Grupo Virgolino de Oliveira serão vendidas como UPIs

Companhia, que não vai moer nesta safra, dispensa maioria dos funcionários  

Usina Catanduva

O Grupo Virgolino de Oliveira (GVO), da família Ruete de Oliveira, apresentou novo Plano de Recuperação (RJ) em Assembleia Geral de Credores realizada na sexta-feira, dia 13 de maio, o qual reflete o atual estágio de negociações com os credores e que deverá ser votado nesta segunda-feira, 16 de maio.

Com dívidas que chegam à casa de R$ 3 bilhões, o grupo possui quatro unidades sucroenergéticas no interior de São Paulo (Catanduva; Itapira; José Bonifácio e Monções) além de outras empresas. A empresa entrou com pedido de RJ em 28 de maio de 2021, sendo aprovado em 8 de junho de 2021.

O processo segue em curso perante a Vara Única da Coarca de Santa Adélia – SP, tendo como   administradora judicial nomeada pelo Juízo da Recuperação, a R4C Administração Judicial Ltda.

De acordo com a empresa, a apresentação deste novo plano em consolidação substancial é indispensável para assegurar o sucesso da RJ e o soerguimento do GVO.

“Diante da existência de dificuldade da companhia em cumprir com suas atuais obrigações financeiras, o novo plano prevê a realização de medidas que objetivam o reperfilamento do endividamento do grupo; a geração de fluxo de caixa operacional necessário ao pagamento da dívida e a geração de recursos necessários para a continuidade das atividades das recuperandas, devidamente dimensionadas para a nova realidade do Grupo Virgolino de Oliveira”.

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Segundo o documento a ser homologado, a atual situação do GVO decorre não de um único fator, mas, sim, de um conjunto de fatores responsáveis pelo desencadeamento de uma grave crise que se construiu pouco a pouco, durante anos de atividade empresarial pelo Grupo.

Entre elas, cita os contínuos prejuízos há mais cinco anos; constantes bloqueios judiciais em contas correntes das recuperandas; cenário de incerteza econômica que se projeta para os próximos anos, em razão dos efeitos negativos da pandemia da covid-19 e diminuição da matéria-prima (cana-de-açúcar) disponível para a moagem, em razão da dificuldade em manter parceiros diante da dificuldade financeira experimentada pelo GVO, que dificultou a aquisição da cana.

Diante deste cenário, as usinas do grupo não irão moer nesta safra, o que ocasionou na dispensa da maioria dos funcionários na última sexta-feira. Segundo a empresa, as dispensas foram feitas de acordo com o novo PRJ.

Como solução mais eficiente para a equalização e liquidação de parte substancial do passivo do Grupo, o novo plano prevê a reestruturação do passivo das recuperandas e sua reorganização societária; a distribuição aos credores de parte dos resultados líquidos auferidos pelas empresas ao longo do exercício de suas atividades; a possibilidade de captação de novos recursos para a implementação da retomada operacional; e a preservação de investimentos essenciais para a manutenção das atividades das empresas.

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Além da alienação de bens, organizados ou não em unidades produtivas isoladas (UPIs). Neste caso, serão constituídas a UPI Usina José Bonifácio; a UPI Usina Catanduva; UPI Usina Itapira; UPI Usina Monções; a UPI Terras – Parte I; a UPI Terras – Parte II; a UPI Imóveis; a UPI Terras – Parte III e a UPI Créditos IAA.

“O Grupo Virgolino de Oliveira, agindo com transparência e boa-fé, visando à celeridade dos trâmites necessários para a implementação da alienação de cada UPI, à maximização do valor dos ativos e à redução de custos no procedimento, entende por bem dispensar a realização de avaliação judicial, com o que, desde já, os credores concordam mediante Aprovação do Plano”, esclarece a companhia.

Cada UPI será alienada mediante a realização de processo competitivo específico, na modalidade de propostas fechadas.

Após 120 dias corridos contados da homologação do plano, o GVO deverpa contratar corretores ou quaisquer outros assessores com expertise na área de alienação de usinas e imóveis rurais para o auxiliar na alienação das UPIs e dos demais bens na forma do novo plano.

De acordo ainda com a empresa, com a homologação do plano, os créditos serão novados, ou seja, surgirá uma nova dívida do devedor em relação ao credor, com o desaparecimento da original.

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