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“Usinas devem começar a vender etanol direto para os postos em novembro”, afirma presidente do Sindaçúcar-PE

Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE: “vendas diretas devem começar  em novembro”

Usinas de cana-de-açúcar de Pernambuco deverão começar a vender etanol diretamente para os postos do Estado a partir de meados de novembro, afirma Renato Cunha, presidente do Sindaçúcar-PE, entidade representante das unidades produtoras do Estado.

Em entrevista ao JornalCana durante a 18ª Conferência Datagro Sobre Açúcar e Etanol, realizada entre segunda-feira (29/10) e terça-feira (30/10) na capital paulista, Cunha destacou que as primeiras comercializações diretas de biocombustível sem a intermediação de distribuidoras só dependem de ajustes com instituições do governo de Pernambuco.

Confira a entrevista de Renato Cunha para o JornalCana:

Como está a proposta de venda direta de etanol pelas unidades produtoras?

Renato Cunha – Houve sentença da 10ª Vara Federal da Justiça de Pernambuco que concede a competitividade do etanol às usinas localizadas em Pernambuco, Alagoas e Sergipe, por enquanto, o direito de comercializar etanol direto nos postos como forma alternativa ao modelo atual de venda às distribuidoras. Trata-se de uma sentença e não liminar, no mérito.

Qual é o próximo passo agora?

Renato Cunha – O modelo consagra a livre concorrência e autoriza a venda de imediato. No entanto no dia 05 de novembro teremos uma reunião em Pernambuco, definitiva, com representantes do Fisco e da Fazenda estadual na qual deverão ser emitidas as tabelas que disciplinam a substituição tributária que a usina fará em relação ao posto em lugar das distribuidoras.

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Como funciona hoje?

Renato Cunha – Hoje as distribuidoras recolhem [os impostos] pelo posto. Na modalidade [de livre concorrência] as usinas irão recolher também pelo posto. Portanto, essa modalidade deverá estar definida até entre os dias 05 e 06 de novembro.

Qual é a incidência de ICMS sobre o hidratado em Pernambuco?

Renato Cunha – De 23%.

Não tem como alterar?

Renato Cunha – Não tem e não queremos impor soluções que acarretem insegurança ao sistema de arrecadação dos governos.

“Queremos apenas o direito de exercer essa prerrogativa, afinal de contas não estamos propondo vender diesel ou gasolina, que não é nosso core businees. Mas temos o direito de vender o produto que produzimos. Esse é um conceito fundamental e precisamos progredir também no quesito de comercialização.”

Fale mais a respeito, por favor

Renato Cunha – As usinas passaram muito tempo, durante o Instituto do Açúcar e do Álcool (IAA) [do governo federal], com a tutela governamental, sem atingir os canais finais de distribuição. Todos nós evoluímos, mas precisamos evoluir mais sob pena de ter a competitividade desnivelada com as distribuidoras. Elas são nossas parceiras, têm expertise e continuarão exercendo suas atividades [de venda de etanol] competindo conosco.

Como o consumidor final deve ganhar?

Renato Cunha – Ao adquirir um produto [etanol hidratado] em um posto com duas fontes de suprimento [distribuidora e usina], o consumidor seguramente será beneficiado. Ganhará com nível de preço e agilidade na entrega.

Como o preço do etanol entregue pelas usinas beneficiará o consumidor final?

Renato Cunha – Os fretes têm valor alto. Muitas vezes tem-se postos em municípios localizados a 5 ou 6 quilômetros de usina, mas o etanol tem que ir a 150 quilômetros até a base distribuidora e volta. São 290 quilômetros versus os 10 quilômetros de ida e volta da usina ao posto. Isso obviamente encarece o produto.

Quanto os primeiros lotes de etanol hidratado das usinas de Pernambuco devem chegar aos postos?

Renato Cunha – Acho que no mês de novembro já teremos esse novo modus operandi.

O setor produtor de etanol está preparado para também trabalhar como comercializador?

Renato Cunha – É um modelo alternativo, complementar. Mas se a gente não iniciar, não aprende nunca. Precisamos avançar, agregar esse ganho e exercitar uma atividade que é afeita a nosso negócio.

 

 

 

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