JornalCana

Usinas apresentam estratégias de recepção, preparo e extração da cana-de-açúcar

A adoção de tecnologias de acompanhamento em tempo real vai se consolidando no setor

O 12º SINATUB – Recepção, Preparo e Extração, realizado na quarta-feira, dia 3, reuniu especialistas de três usinas que ao longo do webinar apresentaram algumas das principais aplicações implementadas em seus parques industriais na recepção, no preparo e extração da cana-de-açúcar.

Com mediação do jornalista do JornalCana, Alessandro Reis, o webinar foi patrocinado pelas empresas AxiAgro; AutoJet – Divisão de Sistemas de Pulverização da Spraying Systems e S-PAA Soteica, o evento online contou com a participação de: Danilo Gomes Pereira, coordenador de extração da SJC Bioenergia – Usina Rio Dourado, Luiz Felipe de Azevedo, gestor de extração da Goiasa e Rafael Manzano, supervisor industrial da Raízen – Unidade Paraguaçu Paulista.

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Danilo Pereira

Os especialistas apresentaram algumas práticas visando extrair o máximo de aproveitamento da matéria-prima, com redução de custos, melhoria da qualidade e dos índices de eficiência, aumento da capacidade e da segurança do processamento da cana-de-açúcar por moenda ou difusor e contribuindo para o ganho energético e econômico das usinas e destilarias.

Cuidados como ajustes nos equipamentos, de acordo com a real necessidade de cada usina e, também, o melhor aproveitamento dos recursos tecnológicos disponíveis, são determinantes para se obter um melhor aproveitamento e rendimento na safra.

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SJC – Unidade Rio Dourado

Danilo Gomes Pereira, coordenador de extração da Usina Rio Dourado, lembra que está época do ano é extremamente desafiadora para as usinas, em virtude da qualidade da cana. “É importante muito estudo, visitas em outras unidades para buscar as melhores ferramentas em busca dos melhores resultados”, disse.

Pereira traçou uma linha do tempo onde apresentou algumas medidas que proporcionaram uma evolução na capacidade de moagem da usina, que começou em 2014 com um pico de 13.206,56 toneladas e nas últimas três safras ultrapassou a marca dos 17 milhões de toneladas.

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Luiz Felipe de Azevedo

Para se chegar a essa evolução o coordenador destacou algumas práticas adotadas no decorrer destes anos. “ Em 2015 implementamos o check list operacional on line. Em 2016 aumentamos a altura do colchão em 1,5 m.  Com o constante aumento de moagem fizemos uma adequação nos equipamentos nos anos seguintes. Em 2019 implantamos o S-PAA e chegamos a um pico de 17.095,20 toneladas de moagem”, disse.

Ele explica que a ferramenta S-PAA foi implantado em 2019 na caldeira e gerador, e que no ano passado, também entrou na extração no controle do caldo e vapor. “Ele controla todo o processo de forma muito inteligente. Ele faz o que seria praticamente impossível, humanamente falando, do operador corrigir, durante 24 horas. E isso contribuiu muito para aumentar a eficiência da extração”, afirmou.

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Luiz Felipe de Azevedo, gestor de extração da Goiasa, destacou alguns dos projetos implementados pela usina nos três últimos anos e que contribuíram para elevar os indicadores de eficiência no processo de extração.

“Em 2020 implantamos a embebição pressurizada, através de chuveiro com desenvolvimento de engenharia de pulverização, que possibilita um menor CV%: melhor uniformidade de aplicação e maior eficiência da embebição.

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Em 2021 implantamos o projeto Rolo Lótus, que consiste numa tecnologia de camisa de alta drenagem de caldo de moenda. Apesar de ter sido desenvolvido na década de 90, veio a se consolidar apenas na última década, a partir de 2010. O sistema também nos permitiu um ganho na extração.

Em 2022, implantamos o projeto Retrofit do Acionamento do 5º Terno. Trata-se de um projeto muito específico para a nossa unidade. Basicamente substituímos o redutor de alta velocidade por um novo redutor com relação de transmissão maior, resultando numa queda drástica na umidade do bagaço.

Ainda em 2022, detectamos uma grande deficiência no sistema de limpeza e assepsia das telas das peneiras rotativas. Desenvolvemos uma solução personalizada para a limpeza das peneiras com engenharia de pulverização, em substituição ao trabalho manual.

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Rafael Manzano

Em 2020 implantamos também o controle de laço fechado da moenda, processo de otimização em tempo real, através da ferramenta S-PAA. Desde a implantação destes projetos tivemos uma evolução na eficiência de extração e também conseguimos uma redução significativa na umidade do bagaço”, explicou Luiz Felipe.

Para Rafael Manzano, supervisor industrial da Raízen em Paraguaçu Paulista, a obtenção de bons indicadores nos processos de recepção, preparo e moagem, está diretamente relacionada aos cuidados nos detalhes.

“Focar nos detalhes que fazem a diferença”, argumentou Manzano, que enumerou alguns destes detalhes que merecem uma atenção especial.

No período de entressafra ele destacou: Inspeção por END dos componentes; Projeto corporativo; Triangulação perfeita; Posição dos chutes Folga em cabeçotes hidráulicos; Posição/projeto de pentes; Lubrificação e ajuste de mancais. As boas práticas incluem ainda:  atenção no chapisco, inspeções sensitivas, embebição pressurizada e uniforme, entre outras.

 

 

 

 

 

 

 

 

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