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Usina Coruripe conclui primeira emissão “bond” no exterior e captou US$ 300 milhões

Objetivo com operação é o alongamento de pacote de dívidas

A Usina Coruripe concluiu nesta segunda-feira (7 de fevereiro) a emissão de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,59 bilhão) em títulos de renda fixa no exterior (bonds), com juros de 10% ao ano. A transação marca a entrada da companhia no mercado de capitais internacional e representa uma evolução na estrutura de liquidez, a partir do alongamento de parte da dívida atual para um período de cinco anos.

A operação foi coordenada pelos bancos Morgan Stanley, Itaú BBA, BTG Pactual e Citigroup. XP e Santander participaram como “joint bookrunner“.

“Os investidores internacionais reconheceram os valores da companhia e a evolução da nossa eficiência operacional nos últimos anos”, comenta o presidente da Usina Coruripe, Mario Lorencatto.

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Ele ressalta que a empresa segue investindo em melhorias operacionais e em técnicas avançadas de cultivo, irrigação e manejo, além de priorizar os altos níveis de eficiência nas plantas industriais.

“Com isso, temos alcançado excelentes resultados: durante a safra 2020/21, obtivemos um faturamento de R$ 3,16 bilhões, o que representou um crescimento de 28,9% em relação à safra 2019/20.” O lucro líquido alcançou o valor de R$ 338,3 milhões, um aumento de 331,9% na comparação com o período anterior.

“Para o ano de 2022, queremos continuar a desenvolver as atividades da empresa com sustentabilidade, de forma a gerar valor para acionistas, colaboradores e sociedade”, afirma o presidente.

O diretor-financeiro da companhia, Thierry Soret, lembrou que a Coruripe tem tradição na emissão de títulos no Brasil, onde já efetuou quatro captações de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), com valores bastantes expressivos, R$ 1,6 bilhão, e agora fez sua estreia também no mercado externo.

Mario Lorencatto

O executivo avaliou esta primeira emissão no mercado internacional um sucesso, mesmo em um momento de alta dos juros no Brasil e no exterior. “Em meio a um cenário volátil nos principais mercados durante as últimas semanas, com tensões entre Rússia e Ucrânia, além de incertezas acerca dos juros americanos, a companhia conduziu um extenso e bem-sucedido exercício de marketing, com cinco dias de reuniões com grandes investidores locais e internacionais. A operação abre uma porta para o setor sucroenergético brasileiro para futuras emissões”, disse.

Ele frisou que o objetivo com a emissão internacional era captar US$ 350 milhões. “Mesmo com o mercado bastante desafiador, conseguimos sucesso nesta emissão, obtendo juros mais baixos que a taxa Selic, mesmo assim, foi uma taxa de 10%, por isso também não avançamos muito em valores maiores”, explicou.

O diretor afirmou que foi um passo muito importante na estratégia de reestruturação de capital da companhia. “A intenção com essa emissão era alongar o pacote de dívidas de aproximadamente R$ 1,2 bilhão, que temos com os bancos, com vencimento em média de 2,5 anos para cinco anos”, disse.

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Em entrevista ao JornalCana, Soret comentou ainda que a companhia irá fazer a proteção cambial desse bond. “Já temos as linhas aprovadas nos bancos e vamos fazer um hedge de 80% desse bond para não ficar exposto à variação cambial”.

Thierry Soret

Expectativas

Sobre a safra, o diretor explicou que as expectativas são boas para a próxima temporada. “Devemos fechar com moagem de 12 milhões, o que representará 15% a menos do que foi processado na temporada passada, devido a efeitos climáticos, principalmente a seca nas unidades de Minas Gerais.  Mas por outro lado, por conta das condições favoráveis de preços, nós vamos fechar com os resultados muito parecidos com a safra passada, com receita acima de R$ 3 bilhões e um resultado Ebitda muito próximo ao do ano passado”, disse.

Para a safra 2022/23, a companhia deverá manter o mix mais açucareiro, embora ainda não tenha o percentual fechado. Concluindo, o diretor comentou que a Coruripe já fixou boa parte do seu açúcar para este ano.

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