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Usina Batatais não investe em cogeração. Saiba porquê

A Usina Batatais, com unidades em Batatais e Lins, no interior paulista, não pretende investir em cogeração de excedente de energia elétrica.20150312_125825

Meio que na contramão de muitas empresas do setor, que engrossaram o caixa com a venda de eletricidade excedente no mercado spot, a Batatais não pretende ampliar a capacidade instalada de 9 megawatts (MW) na unidade de Batatais, toda ela empregada em consumo próprio durante o período da safra.

Clique aqui e saiba mais sobre a safra da Batatais.

“O mercado de venda de eletricidade cogerada pode estar ótimo hoje, mas é um investimento muito caro para quem vai começar a aplicar em geração de excedente”, diz Bernardo Biagi, presidente da Batatais.

“Se você fizer as contas, um investimento desses gira em torno de R$ 200 milhões, e você só irá ter lucro dentro de 15 anos após a implantação, isso com os juros altos encarecendo.”

A Batatais também faz caixa com o bagaço que sobra, mas colocando-o à venda para cogeradores vizinhos. Em média, a tonelada de bagaço retirada na unidade de Batatais foi vendida por R$ 80 nos primeiros meses deste ano. “Tenho fila de interessados”, lembra Biagi.

A Batatais, emenda, está economicamente em situação boa diante o cenário atual do setor sucroenergético e da economia brasileira. “Não temos percalços com bancos, mas também não fazemos e nem iremos fazer grandes investimentos”, afirma. “Não compro nenhum parafuso a mais, não há ambiente isso.”

Em 2014, diz, a Batatais pagou R$ 85 milhões de carga de impostos federais, estaduais e municipais. Para este ano, a previsão é de essa carga chegue a R$ 95 milhões. “Isso com uma moagem 5% menor”, lembra o empresário.

Segundo ele, uma usina de grande porte de moagem, com mais de 4 milhões de toneladas/safra, entrará em apuros financeiros se dever a bancos o equivalente a R$ 140 por tonelada de cana.

Ele explica que o custo médio de fabricação do litro do etanol hidratado na Batatais fica entre R$ 1,10 e R$ 1,20, sem impostos. “Mas é preciso incluir aí o custo financeiro do banco, de até R$ 0,15 por litro”, acrescenta. Com isso, o litro do biocombustível fica quase empatado com o valor que, segundo ele, daria lucro para a usina, que é de R$ 1,40 por litro.

 

 

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