Mercado

Híbridos de sorgo para aumentar a produção de etanol

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Antonio Kaupert da Ceres defronte ao sorgo Blade

A Ceres Sementes do Brasil realizou recentemente um Dia de Campo em seu Centro de Pesquisas de Centralina -MG e em lavouras da Usina Alvorada, de Araporã-MG. O evento focaliza em primeiro plano o sucesso agronômico e a viabilidade econômica e comercial do cultivo de híbridos de sorgo sacarino da marca Blade®, empregados nas usinas para produzir etanol na entressafra da cana-de-açúcar.

O gerente de vendas e marketing da Ceres Sementes, Antonio Kaupert, assinala que a empresa detém um amplo banco de germoplasma de híbridos de sorgo sacarino, e que fará eventos do gênero em toda a fronteira agrícola da cana-de-açúcar com objetivo de difundir os diferenciais tecnológicos desse portfólio.

Segundo ele, a introdução dos híbridos Blade® no Brasil apoia-se principalmente na necessidade de aumento da produção de etanol para o mercado interno. “A oferta pelo biocombustível não atende à demanda do consumidor e deverá se manter reduzida nos próximos anos”, diz.

De acordo com Kaupert, o sorgo sacarino realiza seu ciclo produtivo exatamente na entressafra da cana-de-açúcar, ou seja, no período de novembro a março, com duração aproximada de 120 dias. “A produção de etanol a partir planta que apresenta várias semelhanças com a cana permite a uma usina estender sua produção por até 60 dias no ano-safra”, explica o executivo.

Ainda mais surpreendente, diz o gerente, é o fato de não haver alteração no maquinário de colheita e industrialização empregado no processamento das duas matérias-primas. “Para produzir etanol de sorgo sacarino, as usinas nem sequer necessitam investir em equipamentos novos, pois a capacidade já está instalada no parque fabril do etanol de cana. A conhecida operação logística que envolve a cana desde a colheita na lavoura até o processamento também é exatamente a mesma para o sorgo sacarino”, compara Kaupert.

Sobre o Dia de Campo realizado, Antonio Kaupert reforça ser parte da estratégia de negócios da empresa. “Para que usinas comprovem a qualidade do portfólio, bem como o potencial produtivo do sorgo sacarino, fizemos parcerias com grupos como a Usina Alvorada”.

Parte do esforço da Ceres para consolidar o sorgo sacarino no Brasil está ancorado ainda em acordos flrmados com a Embrapa e a Syngenta.

Com a Embrapa, a Ceres desenvolverá práticas de manejo agrícola e industrial da nova variedade de sorgo sacarino BRS 511. De acordo com a Ceres, trata-se de uma semente precoce com alto potencial produtivo de colmos e teores elevados de açúcares fermentáveis no caldo. A empresa obteve licenciamento exclusivo para produzir e comercializar as sementes da variedade BRS 511, que passará a integrar o portifólio Blade®, formado por híbridos de ciclo precoce e pleno.

Já a Syngenta será parceira numa estratégia que visa a desenvolver o sorgo sacarino como fonte de açúcares fermentáveis nas usinas de etanol no Brasil.

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