Usinas

Etanol de milho alivia período de entressafra da cana

Segundo consultor, indicadores apontam que setor sucroenergético deve escapar do furacão recessivo que paira sobre a economia

Etanol de milho alivia período de entressafra da cana

O etanol de milho vem conquistando um espaço cada vez mais importante no mercado de biocombustiveis brasileiro. “E este papel tende a ser crescente. Saiu de 3 para 4 milhões de litros. Agora 5,3 milhões. Depois pode ir a 6, 7 milhões. Com isso, ele vem tendo um papel muito importante, mudando a história da entressafra brasileira”, afirmou Alexandre Figliolino, consultor da MBAgro, durante entrevista nos bastidores da sétima edição da SANTANDER DATAGRO Abertura de Safra Cana, Açúcar e Etanol, realizada nos dias 8 e 9 de março, em Ribeirão Preto – SP.

Figliolino explica que, antes do etanol de milho, o período de entressafra costumava ser nervoso. “Será que vai faltar álcool, era o que muitos questionavam. Mas agora tem esse suprimento de etanol de milho, que tranquiliza o setor”.

Na avaliação do consultor, as plantas só de milho, podem vir a ter algumas dificuldades, mas as usinas flex têm a prerrogativa de, num ano que o preço do milho estiver ruim, operar só com a cana. Sem contar as facilidades proporcionadas pela utilização do bagaço da cana, afirma.

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Alexandre Figliolino, consultor da MBAgro

Segundo Figliolino, as perspectivas para a safra 2023/24 são que se obtenham resultados animadores. Segundo ele, a combinação de redução de custos, graças à queda dos preços dos fertilizantes e insumos, aliada ao aumento de produtividade, com uma expectativa de moagem acima de 590 milhões de toneladas, deve contribuir para se ter “custos unitários mais contidos”.

Ao falar sobre a volta dos impostos federais sobre os combustíveis, Figliolino avalia que “não foi como o setor gostaria, mas ficou melhor do que estava. O importante é que essa reoneração, é uma sinalização do governo em direção ao combustível renovável”.

Para o consultor, apesar do cenário recessivo da economia, com poucas possibilidades de crescimento, e taxa de juros nas alturas, o setor sucroenergético deve passar ao largo desse furacão. “O setor financeiro parece que percebeu isso, pois as ofertas de crédito para as usinas, vêm se mantendo”.

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Ao falar sobre a questão da eletrificação dos veículos, Figliolino defendeu a utilização dos carros flex em detrimento dos elétricos. “O Brasil, pela infraestrutura que tem, com uma rede de 45 mil postos espalhados pelo país, uma indústria que produz o carro flex, não pode abrir mão de tudo isso em prol do carro elétrico“, argumentou, lembrando que o carro flex tem uma vida garantida até 2035, quando 80% da frota deverá ser formada de veículos flex.

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