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Sucesso da produção do biodiesel gera dúvida em agricultores e indústrias

Agricultores e indústrias estão duvidosos em relação ao sucesso da produção do biodiesel no Brasil em 2005, devido às dificuldades para comercializar a produção da mamona e aos problemas climáticos no nordeste do país. A Cersel – Cooperativa de Energia e Desenvolvimento Rural do Seridó -, no Rio Grande do Norte, tinha planos para ampliar a área de mamona de 2,3 mil hectares para 3 mil neste ano, mas os 130 produtores ainda não começaram a plantar. José Mariano Neto, presidente da cooperativa, diz que a incerteza sobre a venda da produção desestimula a produção. “E a falta de chuva também preocupa”, afirma. A Petrobras assinou, em 2004, um convênio com a Emater (RN) para a compra da produção de 3 mil dos 10 mil hectares plantados no Estado. O gestor de mamona da Emater (RN), Domingos Cabral, diz que desde então a empresa comprou apenas 30 toneladas. “A falta de organização dos produtores atrapalhou o início do projeto”, disse. Os produtores discordaram do prazo e venderam a safra a empresas da Bahia, abaixo de R$ 0,80. Mas, o valor foi pago à vista. “A Petrobras não faz adiantamento e os produtores precisavam do dinheiro”, explica. Ulisses da Costa Soares, coordenador do Programa de Biodiesel da Petrobras, concorda que os produtores não tinham estrutura para fazer a venda a prazo e considera “normal” esse tipo de problema no início do projeto. “O que se vê é que eles têm carência de gestão, de mão-de-obra qualificada e de recurso financeiro”, diz Soares. Ele diz que a Petrobras estuda um novo modelo de negociação e pretende fornecer sementes para plantio de 4 mil hectares neste ano. A companhia inaugura duas fábricas de biodiesel de mamona neste ano em Guamaré (RN). Juntas, as unidades, que absorvem investimentos de R$ 14 milhões, produzirão 2 mil litros por dia, podendo até triplicar o volume na fase comercial. Segundo Soares, não há previsão para o início da comercialização desse biodiesel.(Da Redação)

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