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Setor teme intervenção no teor de açúcar dos alimentos

2014-10-10 Alimentos Açucar

Alguns dirigentes do setor sucroenergético já estão temerosos quanto algum tipo de intervenção do Estado no teor de açúcar dos alimentos e bebidas. O assunto já tem sido tema de discussão nos bastidores do segmento.

Para Mário Campos, presidente da Siamig, qualquer tipo de regulação deverá interferir na produção do setor. Ele teme que chegue ao país um tipo de regulação por parte do governo da quantidade de açúcar contida nos alimentos. “Nosso receio é que em vários lugares do mundo isso já acontece. O movimento é cíclico, cada vez mais tentam encontrar um vilão e rotular um tipo de produto, como o sal, o ovo”.

Mas ao mesmo tempo o assunto desperta dúvidas, segundo o dirigente: O açúcar vai no refrigerante e se tirar o açúcar terá o mesmo gosto? O consumidor vai gostar? Qual tipo de produto substituirá o açúcar?

Campos acredita que antes de qualquer decisão, o segmento sucroenergético será consultado e participará da discussão. “Acho que deverá ser levado em consideração a questão da saúde da população, mas também da produção, pois é um produto nacional que gera emprego e renda, e tem externalidades importantes. Quando a pessoa consome doce fica até mais feliz. É preciso definir o consumo consciente, mas não concordo com intervenção do Estado. Temos receio em relação a isso”, reflete.

Para Renato Cunha, presidente do Sindaçucar de Pernambuco, o açúcar acarreta um consumo mais  prazeroso e saudável, se comparado com produtos artificiais. “Remete-nos à infância, com a doçaria do Nordeste, nas guloseimas juninas e no prazer das receitas de família. Tentar demonizar o açúcar é perda de tempo, pois inúmeros antropólogos,médicos e pesquisadores sabem de suas qualidades como antídoto para infecções e grande fornecedor de  vitamina A , prevenindo doenças e até cegueira. O açúcar é energia rica e nutriente originada na agricultura pela fotossíntese dos belos canaviais. É amplamente consumido em diversos países do globo, não fazendo sentido campanhas difamatórias desprovidas de consistência científica”, revela ao lembrar da possível rotulagem ao produto, enfatizando também sua posição contrária a intervenção.

 

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