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Safra tem boa perspectiva de preços para etanol 

Tarifa zerada da importação não impactará tanto o valor do biocombustível

Para a consultoria S&P Global Commodity Insights, o impacto direto da alta do petróleo pode se traduzir em preços de etanol mais atrativos para os produtores, por aumentar o piso do etanol hidratado, que é o vendido nos postos. A previsão da consultoria é que a produção total na safra 2022/23 fique em 29,3 bilhões de litros.

Embora a previsão seja de crescimento em relação à temporada anterior, há preocupação por conta das condições climáticas no primeiro terço da safra. De acordo com a DATAGRO, houve piora no cenário em virtude dos incêndios e das geadas que ocorreram no ano passado.

A temporada 2022/23, que começa em abril, deverá moer 562 milhões de toneladas no Centro-Sul do país, segundo a consultoria. Com esse volume, as usinas produzirão mais etanol e mais açúcar. São projetados 29,8 bilhões de litros de etanol (incluindo de milho) na safra 2022/2023, ante os 27,7 bilhões previstos para a safra compreendida entre abril de 2021 e março de 2022.

Para o açúcar, a projeção aponta 33 milhões de toneladas, ante as 32,1 milhões de toneladas da safra 2021/22.

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A safra seguirá alcooleira, com 55,3% da cana-de-açúcar transformada em etanol anidro (misturado à gasolina antes da venda) e hidratado (vendido diretamente nos postos), índice ligeiramente superior aos 55,1% do mix de produção da safra 2021/22.

Para a região Nordeste, a DATAGRO projeta colheita de 53 milhões de toneladas, acima das 52,5 milhões de toneladas da safra 2021/22, com a produção praticamente estabilizada de etanol e açúcar.

Imposto zero na importação de etanol

A medida, que entrou em vigor na última quarta-feira (23), inclui ainda a redução das alíquotas de seis itens da cesta básica, como o café, o óleo de soja e macarrão, e eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos. O Ministério da Economia, estima que o governo deverá deixar de arrecadar R$ 1 bilhão com as medidas até o fim do ano.

Em recente entrevista, o consultor da área de petróleo e gás, Bruno Iughetti, afirmou que, mesmo com a tarifa zerada, o cálculo indica que o produto importado ainda chegaria cerca de 10% a mais que o preço no mercado doméstico, logo, o etanol produzido no Brasil seria mais barato.

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A análise também é reforçada pelo economista Ricardo Coimbra, conselheiro do Corecon-CE (Conselho Regional de Economia). Para ele a medida não terá efeitos, pois o álcool norte-americano, é produzido a partir do milho, então mesmo com a redução, o deles continua muito caro. Outro fator ainda deve encarecer mais essa commodity, já que o conflito nos países europeus tem afetado a produção de milho.

 

 

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