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Quebra agrícola e redução da moagem promovem perda de receita superior a R$ 3 bilhões na safra 2014/2015

Dados apurados até o momento confirmam a expectativa inicial de retração na moagem de cana-de-açúcar na safra 2014/2015 no Centro-sul do País. Até 1º de dezembro a quantidade de cana processada pelas unidades produtoras da Região atingiu 554,09 milhões de toneladas e o valor final esperado é de 567,00 milhões de toneladas, com queda de 5,00% em relação aos 597,06 milhões de toneladas processadas na safra 2013/2014.

A menor moagem se deve a queda da produtividade agrícola da lavoura, promovida, Tombamento da cana na usina e inicio da moagem (2)em grande medida, pela seca severa observada em várias regiões produtoras, com destaque para os Estados de São Paulo e Minas Gerais. Segundo o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), a produtividade da área colhida até o final de novembro apresentou retração de 7,8% no Centro-sul em relação ao mesmo período de 2013, chegando a atingir 12,1% em São Paulo.

Para o diretor Técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “o impacto da estiagem sobre a safra de cana só não foi maior porque houve aumento de área e produtividade em algumas regiões que não foram atingidas pela falta de chuva”. No Mato Grosso do Sul e no Estado de Goiás, por exemplo, observamos um avanço da produtividade agrícola da lavoura colhida, contrapondo o menor rendimento nas demais regiões, explicou Rodrigues.

Essa redução na oferta de cana não foi compensada pela receita obtida pelas unidades produtoras com a venda de etanol e de açúcar. No Estado de São Paulo, o faturamento médio das unidades produtoras entre abril e novembro atingiu R$ 104,25 por tonelada de cana este ano, contra R$ 98,05 observados no mesmo período do último ano.

Portanto, a redução prevista para a moagem na safra 2014/2015 (30,06 milhões de toneladas), valorada pelos preços vigentes, representa uma perda de receita superior a R$ 3 bilhões para as indústrias e os produtores rurais de cana-de-açúcar.

Segundo o executivo da UNICA, “a menor produtividade fez com que boa parte das unidades produtoras operassem com capacidade ociosa, pressionando os custos de produção e dificultando qualquer retomada de margens nesse momento”. Algumas unidades compensaram parcialmente essa perda de receita com a venda de energia elétrica, mas foram casos pontuais que não representam a condição da maior parte das empresas do setor, acrescentou.

Apesar da expectativa de redução da moagem, a produção de etanol na safra 2014/2015 deve ficar ligeiramente superior aos volumes registrados no último ano (25,81 bilhões de litros previstos nesta safra contra 25,58 bilhões observados em 2013/2014). A produção de açúcar, por sua vez, deve diminuir 6,88%, atingindo 31,94 milhões de toneladas ante 34,30 milhões de toneladas na última safra.

A retração na produção de açúcar foi intensificada pela menor proporção de cana direcionada à fabricação do produto. Na safra 2013/2014, 45,04% da cana foi utilizada para a fabricação de açúcar, contra apenas 43,21% previstos para este ano.

Em relação à próxima safra, Rodrigues afirma que ainda é cedo para fazer qualquer projeção mais segura sobre a produção. Entretanto, avalia que as condições de mercado tendem a ser mais positivas para o produtor devido à tendência de reversão do quadro superavitário no mercado mundial de açúcar, potencializado pela desvalorização do real frente ao dólar, e às mudanças observadas e esperadas para o mercado de etanol. Entre essas mudanças se destacam a redução do ICMS cobrado sobre hidratado em Minas Gerais, a expectativa de anúncio do aumento da mistura de etanol anidro e a possível retomada da CIDE sobre a gasolina.

(Fonte: Unica)

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