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Produzir mais com menos e com muita tecnologia

Esses são desafios aos quais o setor do agronegócio está se impondo a fim de se adequar às práticas ESG

“Produzir mais com menos” é o mantra que vem ganhando cada vez mais espaço nas práticas de gestão do setor do agronegócio.

O aumento da demanda global de alimentos, projetado pelo crescimento populacional, aliado às práticas ESG, que estabelecem a adoção de medidas ambientais, sociais e de governança, vem mobilizando o setor que busca se adequar a essa nova realidade.

O assunto foi tema do seminário “ESG na Cadeia de Valor do Agronegócio”, promovido na terça-feira, dia 9. Uma iniciativa do SB Sustainable Business e da Áster Máquinas-John Deere, que contemplou a realização de 6 painéis, onde se discutiram temas relacionados aos fatores ESG, e como as organizações podem se posicionar e gerenciar de forma ambiciosa a governança, o risco e a postura ética não só do seu ambiente, mas de toda sua cadeia de suprimentos.

Ana Carolina Xavier, da SB Sustainable Business, destacou a necessidade de as empresas bem administradas acompanharem suas cadeias de abastecimento e as comunidades que as rodeiam.

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Ana Carolina Xavier, da SB Sustainable Business

“O relacionamento com fornecedores e parceiros requer que a empresa administre as próprias emissões de gases de efeito estufa e também acabe por gerenciar toda a cadeia. Todo esse gerenciamento de emissões também na cadeia, assim como as condições fabris, igualdade de remuneração, respeito aos direitos humanos e trabalhistas, uso de água, diversidade e outras métricas relevantes para o seu setor”, afirmou.

Para o presidente da Áster Máquinas, Luiz Piccinin, os empresários precisam, cada vez mais, ter consciência de que não estão atrelados a uma certificação apenas. “Isso é uma decisão estratégica de cada organização. A essência desse movimento trata do propósito de alinhamento entre as partes interessadas, da união de todos na construção de um mundo mais justo, mais ético, com mais educação, e geração de empregos dignos. Esse movimento não pode parar, não tem volta”, enfatizou.

Antônio Carrere, presidente da John Deere Brasil, enfatizou a necessidade de se aumentar em 50% a produção de alimentos para atender a demanda populacional.

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Luiz Piccinin, da Áster Máquinas, 

“Nós temos cada vez mais pessoas ao redor do mundo. As projeções apontam para 9 a 10 bilhões. E a expectativa de vida das pessoas é cada vez maior. O ser humano passou de uma expectativa de vida de 50 /60 para 80 anos. No Japão algumas pessoas já passaram dos 100 anos de vida, ou seja, as pessoas vão viver mais tempo. Portanto, o agro precisa contribuir e todos os países podem contribuir nesse aumento da produção de alimento e vai ser muito importante.

Nesse sentido Carrere informou que a empresa vem investindo em tecnologias que estimulem a produção com a utilização de menos recursos. O já citado “produzir mais com menos”.

“Estamos fazendo porta para dentro da John Deere quanto aos investimentos em nossas fábricas e seus processos, como na própria rede de concessionários e também com nossos fornecedores globais. Estamos lançando tecnologias que reduzem a quantidade de pulverização de químicos nas plantas de 70 a 90%, gerando economia e qualidade ao meio ambiente”. Além de tecnologias para o plantio, Carrere cita também soluções tecnológicas para a colheita.

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Antônio Carrere, presidente da John Deere Brasil

“Na colheita de cana-de-açúcar, produto muito importante de cultivo para o Brasil, com muitos benefícios para o meio ambiente na produção de etanol, que permite hoje o Brasil ser um país muito diferenciado e no que se refere a combustíveis alternativos. Lançamos em 2020/21 a primeira colhedora de cana de duas linhas, que trouxe impactos muito positivos para os produtores de cana, com a redução do número de máquinas, de combustíveis, entre outros”.

Carrere também citou ações da John Deere no Brasil, onde 100% da energia utilizada pelo grupo provém de fontes renováveis. Ele também enfatizou a importância do país no cenário mundial.

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“Se nós olharmos o mundo inteiro, só tem um continente onde nós possamos aumentar de forma sustentável a produção de alimento. Essa geografia é aqui na América do Sul, incluindo países como Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia. Mas certamente, a grande oportunidade vai acontecer aqui no Brasil”, disse.

 

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