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Por que o Grupo Tereos registra a maior receita de sua história mesmo com a queda nos preços do açúcar

Formado por 12 mil produtores cooperados, com 49 unidades industriais e 23 mil colaboradores em 16 países, o Grupo Tereos registrou a maior receita de sua história em 2017, com quase € 5 bilhões. O montante representa alta de 3% em um ano e 19% em dois anos.

Mas como o Grupo Tereos obteve esse resultado diante a queda drástica nos preços do açúcar?

Ganhos de participação de mercado realizados pela Tereos na Europa e no Brasil, o desenvolvimento das atividades de exportação e sua política de hedge nos mercados futuros permitiram ao Grupo atingir o resultado.

Confira a seguir explicações do Grupo Tereos para explicar os resultados positivos

  • Produção tem alta de 11%

Com uma produção recorde de 5,3 M/T de açúcar, a Tereos tornou-se em 2017 o segundo maior grupo açucareiro no mundo. Este desempenho foi alcançado graças à operação em total capacidade das plantas europeias e de uma safra excelente no Brasil. Além disso, as atividades de amidos do Grupo registraram um aumento de 11% na produção, impulsionado pelas vendas de proteína vegetal, desenvolvimentos na Ásia e o crescimento do segmento de amidos na França.

  • EBITDA próximo à 16/17

O EBITDA do Grupo alcançou € 594 milhões, um nível muito próximo do alcançado em 2016/17 e com crescimento de 35% em dois anos (€ 440 milhões em 2015/16). A margem operacional ficou próxima de 12%.

Nos últimos 10 anos, a receita do Grupo aumentou 39% e o EBITDA, 66%, refletindo uma melhoria constante do desempenho operacional.

  • Amido: 75% do EBITDA

As atividades internacionais e ligadas ao segmento de amidos representaram, este ano, quase 75% do EBITDA do Grupo. Isso reflete o desenvolvimento bem-sucedido das novas atividades da Tereos, em torno de suas operações cooperativas de açúcar de beterraba na França. As atividades de “Açúcar Internacional”, incluindo as do Brasil, representaram mais de 50% do EBITDA do Grupo.

O lucro líquido antes da distribuição de resultados (complementos de preço) ficou positivo em € 24 milhões. Após a decisão do Conselho de Administração de pagar aos cooperados, na última safra de cotas na França, complementos de preço para a beterraba na ordem de € 42 milhões (valor contabilizado em sua totalidade), o lucro líquido publicado ficou em – € 18 milhões.

  • Beterraba remunera 14% mais que o preço mínimo 

A distribuição de resultados aos cooperados associados, incluindo suplementos de preço e dividendos, totalizou, em 2017/18, € 63 milhões, um aumento de € 37 milhões. A remuneração final da beterraba em 2017 ficou, portanto, em € 28,4 por tonelada, ou seja, 14% mais do que o preço mínimo de € 25 acordado antes do final das cotas.

  • Fluxo de caixa e dívida líquida

O fluxo de caixa operacional, de quase € 500 milhões, aumentou em mais de € 100 milhões comparado ao ano fiscal anterior.

A dívida líquida diminuiu em € 75 milhões (para € 2,35 bilhões) e a relação dívida líquida/ EBITDA ficou estável em 4,0x.

 

Durante o ano fiscal, a Tereos buscou implementar sua estratégia para reduzir a exposição à ciclicidade de seus mercados, fortalecer sua competitividade e aproveitar as profundas mudanças que estão ocorrendo em seus mercados: o surgimento de novas zonas de consumo e o declínio em alguns mercados maduros, novas expectativas nutricionais dos consumidores e o aumento geral das expectativas da sociedade.

 

  • Rendimento da beterraba chega a 95 t/h                                                                                                      Sucesso da primeira safra pós-cotas na França: mais de 20 milhões de toneladas de beterraba foram processadas, um aumento recorde de mais de 30% em relação ao ano anterior. O rendimento da beterraba alcançou o nível excepcional de 95 toneladas/hectare.                                                                                                  Com uma média de 145 dias, o Grupo teve a mais longa safra de sua história e a mais longa entre as usinas de açúcar francesas. Um sucesso devido ao comprometimento das equipes e aos grandes investimentos industriais (mais de € 500 milhões) realizados nos últimos anos nas nove usinas de açúcar da Tereos na França.     Primeiro Grupo na Europa a garantir, desde 2016, um preço mínimo para a beterraba e medidas para fortalecer o fluxo de caixa de seus cooperados, a Tereos anunciou uma remuneração de € 28,40/t para a beterraba em 2017, superior ao preço mínimo anunciado na assinatura dos contratos.

 

  • Safra recorde no Brasil                                                                                                                                                         A Tereos realizou em 2017 uma safra de açúcar recorde com mais de 20 milhões de toneladas de cana processada em um período de quase 240 dias. Esse desempenho é ainda mais notável se comparado ao desempenho médio da região Centro-Sul do Brasil, na qual o Grupo atua, que registrou uma queda geral na produção este ano.

 

  • Transformação do Grupo                                                                                                                                  Criação da cooperativa única Tereos SCA: a partir de 2018, as 12 cooperativas que constituíam a Tereos se fundiram para formar uma só cooperativa, que agora reúne em uma estrutura única os 12.000 cooperados associados. Essa organização simplificada e modernizada, para fortalecer a eficiência do Grupo e sua capacidade de responder às mudanças em seu ambiente, é o resultado do trabalho de reflexão e harmonização liderado pela Tereos há 15 anos.
  • Criação do Campus Europa: a Tereos reunirá a partir de julho de 2018, em um local próximo ao Aeroporto Charles de Gaulle, 500 funcionários hoje espalhados por uma dezena de locais na Europa. Este projeto visa facilitar as trocas em todos os níveis para trabalhar de uma maneira mais colaborativa e transversal. Este polo de conhecimento e inovação, que terá o apoio do Centro Europeu de Serviços de Negócios, com 80 funcionários da área de gestão administrativa em Lille, permitirá à Tereos tirar proveito de todas as complementaridades existentes entre as várias atividades do Grupo.
  • Centro de Serviços de Compartilhados no Brasil: a Tereos criou um novo Centro de Serviços de Negócios em São José do Rio Preto (SP), reunindo uma centena de funcionários das áreas de gestão administrativa que atendem as operações no Brasil. Este polo entrará em operação até o fim de 2018. Assim como o Centro Europeu, ele terá como princípio a abordagem global e transversal chamada de “Tereos Business Services”, que acompanha a adoção de processos padronizados e a implantação de ferramentas comuns.
  • A Tereos continua desenvolvendo sua rede de distribuição internacional:
    • Três anos após a criação da Tereos Commodities, subsidiária de trading do Grupo, a Tereos continua desenvolvendo sua rede de distribuição internacional e abriu dois escritórios este ano, no Vietnã e na África do Sul. Depois de se instalar na França, Suíça, Brasil, Cingapura, Quênia e Índia, a Tereos Commodities agora possui 8 escritórios comerciais em todo o mundo.
    • A Tereos Commodities registrou um forte crescimento de suas atividades este ano e comercializou cerca de 1,4 Mt de açúcar, um aumento de quase 40% em relação ao ano fiscal anterior.
    • Para fortalecer sua atividade de exportação, a Tereos equipou sua unidade de Escaudoeuvres (França) com um centro logístico de exportação, cuja capacidade de estoque é de 500 mil toneladas de açúcar. Graças à localização estratégica da unidade, os contêineres de exportação chegam aos principais portos do Mar do Norte diretamente por via fluvial, permitindo que a Tereos tenha custos logísticos muito competitivos.

Inovação

  • Abertura de um centro de P&D em Cingapura: depois de abrir um centro de P&D em Xangai em 2017, em parceria com a Wilmar, a Tereos decidiu ampliar sua oferta aos clientes, na esteira de seu desenvolvimento na Ásia. O centro de pesquisa e desenvolvimento de Cingapura, que será inaugurado no segundo semestre de 2018, oferecerá propostas sob medida para atender às necessidades de formulação de seus clientes em maior proximidade com seus mercados.

Tereos expande seu portfólio de produtos e serviços de formulação para atender às novas expectativas nutricionais:

    • Sweet & You: resultado de uma estreita colaboração entre as equipes de P&D, Marketing e Vendas, a Sweet & You permite adaptar a oferta de produtos às mudanças nos hábitos alimentares. Graças ao seu amplo portfólio de produtos adoçantes, a Tereos propõe a seus clientes a redução de calorias, otimizando o poder adoçante e o poder energético dos ingredientes.
    • Frutose líquida: para enriquecer a oferta Sweet & You, a Tereos lançou o primeiro xarope de alto teor de frutose da União Europeia. Este adoçante possui características que atendem às novas expectativas dos consumidores: um alto poder adoçante, com ingestão calórica reduzida. A produção foi iniciada em 1º de outubro de 2017 na unidade de Aalst, na Bélgica.

Tereos reforça sua posição no mercado de proteínas vegetais:

    • Com sete fábricas nas principais áreas de produção, a Tereos é o segundo maior produtor mundial de proteína de trigo. Este mercado cresce a uma taxa de mais de 10% anualmente. Graças às recentes operações na China e em Cingapura, a Tereos agora tem uma participação de mercado de mais de 10% na Ásia.

Orgânico:

    • A Tereos é um dos principais atores na distribuição do açúcar orgânico na Europa e pretende se tornar líder mundial na produção e distribuição deste tipo de açúcar. A partir de 2019, o Grupo, que dará início à produção de açúcar orgânico de beterraba na França e de açúcar de cana orgânico no Brasil e em Moçambique, vai disponibilizar sua própria gama completa de produtos.

Foco nos países

  • Europa
    • República Tcheca: a Tereos TTD, líder no mercado de açúcar e álcool na República Tcheca, teve uma safra recorde de 137 dias, com mais de 3 milhões de toneladas de beterrabas processadas. As áreas contratadas atingiram 38.600 hectares, e as 5 usinas, modernas e eficientes, são um ativo estratégico para acessar os mercados da Europa Central.
    • Romênia: Graças ao aumento da área contratada com os plantadores, a refinaria de açúcar de Ludus aumentou sua produção em quase 30%, ou seja, mais 60 mil toneladas de açúcar produzidas. Durante seus cinco anos de atividade dentro do Grupo, a refinaria de açúcar recebeu investimentos para aumentar a confiabilidade e a qualidade da produção e da entrega, o que a permitiu se tornar reconhecida e fornecer aos maiores clientes europeus.
    • Amidos e adoçantes Europa: a Tereos é o terceiro player no mercado europeu de amidos e um dos principais processadores de cereais e de batatas de amido na França. A Tereos Starch and Sweeteners Europe opera em 8 locais em 5 países produtores para aproveitar novas oportunidades: desenvolvimento de aplicações inovadoras para produtos adoçantes, novos ingredientes para os setores de saúde e nutrição e projetos de química verde.
  • Reunião: único grupo açucareiro da Reunião, a Tereos assinou um contrato de longo prazo com os produtores locais para assegurar a visibilidade e a estabilidade do setor até 2021, no contexto do fim das cotas. Aceitando o desafio de aumentar a produção, a refinaria de açúcar de Bois-Rouge encerrou o ano fiscal ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas, marco que não havia sido alcançado desde 1999. No total, 1.868.000 de toneladas de cana foram processadas pelas duas refinarias de açúcar do Grupo, Bois-Rouge e Le Gol, que comemoraram seu bicentenário.
  • Brasil:
    • Açúcar Brasil: em 2017, a Tereos teve uma safra recorde de açúcar, com mais de 20 milhões de toneladas de cana processadas em um período de quase 240 dias. A Tereos Açúcar e Energia Brasil teve ótimos rendimentos agrícolas, superiores aos dos principais líderes brasileiros. As sete unidades industriais do Grupo, localizadas no estado de São Paulo, estão entre as mais competitivas do país. No último ano fiscal, o Grupo deu continuidade aos investimentos em novas tecnologias agrícolas, aos esforços para aumentar os ganhos de produtividade e na otimização logística.
    • Amidos e Adoçantes Brasil: no Brasil, a Tereos produz amido de milho e mandioca em sua planta em Palmital, no estado de São Paulo. A capacidade de moagem de milho aumentou mais de 30%. Além disso, a Tereos expandiu em 45% suas plantações próprias de mandioca. Em seu quarto ano de operação, a usina continua a desenvolver sua linha de produtos para atender às necessidades de um mercado local em rápido crescimento.
  • África
    • Moçambique: com quase 440 mil toneladas de cana-de-açúcar moídas, os resultados da safra 2017/18 estão em alta em relação ao ano anterior. Presente em Moçambique há quase 10 anos, a Tereos continuou este ano o programa de replantio da cana, cujo rendimento tinha sofrido com a seca de 2015. Ao mesmo tempo, muitas novas variedades de cana foram introduzidas a fim de melhorar o desempenho agrícola. O programa de modernização da irrigação também continua.
    • Tanzânia: a TPC, refinaria mantida em parceria com a empresa mauriciana Alteo, teve mais uma vez um bom desempenho, com um rendimento de mais de 960 mil toneladas de cana em meados de março de 2018. Dado o bom desempenho agrícola e a forte demanda local, as reformas para expansão da capacidade da refinaria estão em andamento e ela deve estar pronta durante a safra 2018/19.
    • Quênia: mais de 400 mil toneladas de cana foram colhidas pela refinaria de Transmara, também operada em parceria com a Alteo. Para os próximos anos, o objetivo é desenvolver os replantios e áreas para passar de 8.500 hectares em 2017/18 para 19 mil hectares em 2022.
  • Ásia
    • China: a usina de amidos de Dongguan, que iniciou suas atividades em 2015 no sul do país, continua a crescer muito satisfatoriamente e produziu mais de 80 mil toneladas de amido de trigo, um aumento de 73% este ano. A fim de atender a uma demanda crescente de clientes locais e dar sequência à relação com clientes internacionais, um terceiro secador foi instalado. Ao norte do país, a fábrica de amido da Tieling tem operado em capacidade plena de produção de adoçantes desde o verão de 2017 e registrou um aumento de moagem de milho de 48%.
    • Indonésia: a planta de Cilegon, principal usina de amido do país adquirida pela Tereos em 2014, desenvolve produtos de alto valor agregado que se beneficiam de uma forte demanda de clientes. Assim, foi instalada uma linha de produção de maltodextrina para o mercado local e internacional. A usina expandiu sua produção em quase 30% e atingiu 270 mil toneladas de milho processado.

Desenvolvimento sustentável: a estratégia de desenvolvimento sustentável da Tereos é baseada em cinco pilares que abrangem toda a sua cadeia de valor: agricultura sustentável, indústria positiva, garantia de produto, desenvolvimento local e nutrição. Assim, 100% dos cooperados associados foram classificados como ouro ou prata pela plataforma SAI (Sustainable Agriculture Initiative). Entre os objetivos do Grupo estão também a diminuição do consumo, por tonelada de produto, de 10% de energia e 20% de água até 2020. Pelo segundo ano consecutivo, a Tereos ficou entre as empresas melhor avaliadas pela EcoVadis, uma plataforma independente de avaliação de fornecedores quanto ao desenvolvimento sustentável e à responsabilidade social. Das 30 mil empresas avaliadas pela EcoVadis, a Tereos está no top 300.

Organização comercial

Uma organização unificada de vendas na Europa: após apenas um ano em operação, a nova organização de vendas europeia, distribuída por zonas geográficas, já aumentou em mais de 25% as vendas de açúcar na Europa no ano fiscal de 2017/18. Essa organização, com forte valor agregado, permite que os clientes da Tereos tenham um único interlocutor para a oferta global do Grupo: açúcar, adoçantes, amidos, proteínas vegetais, álcool…

Desempenho operacional

Lançamento do programa Ambições 2022: a Tereos ultrapassou este ano em mais de 40% os € 100 milhões de lucros operacionais fixados pelo plano trienal de desempenho 2015-2018. O novo programa Ambições 2022 permitirá que o Grupo continue melhorando sua competitividade em todas as suas atividades com base em cinco pilares: sustentabilidade, competitividade, qualidade, segurança e compliance.

MERCADOS

  • Açúcar internacional: após dois anos de déficit e apesar de o consumo mundial de açúcar continuar crescendo, o aumento da produção mundial (especialmente na Índia e na Tailândia) deve levar a um excedente de cerca de 12 milhões de toneladas. Neste contexto, o preço médio do açúcar mundial no período caiu 27% em relação ao ano anterior (US$ 14,3 cts/lb em média, contra US$ 19,4 cts/lb em 2016/17). O preço está atualmente em torno de US$ 12 cts/lb, principalmente devido ao declínio do real brasileiro e ao grande excedente esperado na Índia.
  • Açúcar Europa: desde a abolição das cotas em outubro de 2017, os preços do açúcar na saída da usina na Europa caíram significativamente, para 376 €/t, no mês de março de 2018 contra 495 €/t no ano anterior, ou seja, -24% (Observatório de preços da Comissão europeia), refletindo o aumento da produção europeia e a queda dos preços mundiais do açúcar.
  • Etanol Brasil: o preço do etanol no Brasil aumentou em média 2% no ano fiscal em relação ao exercício anterior (R$ 1.630/m3 contra R$ 1.601/m3). A grande disponibilidade de início de safra pesou, como todos os anos, nos preços do período. A partir do verão de 2017, o aumento no consumo doméstico de combustível e o aumento dos preços do petróleo sustentaram fortemente os preços do etanol, que atingiram R$ 1.975/m3.
  • Etanol Europa: os preços do etanol na Europa registraram uma queda média de 2% no ano fiscal em relação ao exercício anterior (€ 512/m3 contra € 521/m3). Inicialmente sustentados durante a primeira metade do ano pela sazonalidade do consumo de verão e pela redução temporária da produção europeia, os preços em seguida caíram, após o início da safra da beterraba-açucareira.
  • Grãos: a continuação dos excedentes de produção e o nível elevado das reservas mundiais permitiram manter os preços dos cereais próximos aos níveis do ano fiscal anterior: o milho em leve baixa (-4% em média em relação a 2016/17) e o trigo estável em relação ao ano passado.

 

Resultados financeiros 

faturamento consolidado do Grupo Tereos totalizou € 4,987 bilhões em 2017/18, com alta de 3,5% (4,8%, excluindo efeitos cambiais), devido aos maiores volumes e apesar dos preços mais baixos.

EBITDA ajustado totalizou € 594 milhões em 2017/18, próximo do ano fiscal anterior (€ 607 milhões). O Grupo foi capaz de conter o impacto da queda dos preços do açúcar na Bolsa de NY e na Europa no segundo semestre do ano devido aos maiores volumes vendidos, aos ganhos nas transações de hedge antecipadas e ao progresso nos planos de desempenho.

resultado financeiro do Grupo chegou a € 144 milhões. A diferença em relação ao ano anterior deve-se principalmente ao impacto negativo das taxas de câmbio, devido à depreciação do real frente ao euro e ao dólar norte-americano.

lucro líquido do Grupo antes da distribuição sob a forma de suplementos de preços ficou em € 24 milhões. O lucro líquido do Grupo após a distribuição sob a forma de suplementos de preços e juros sobre as ações foi de -€ 18 milhões (comparado a € 107 milhões no ano passado), dos quais -€ 23 milhões em participação do Grupo em lucro líquido (€ 73 milhões em 2016/17).

dívida líquida, excluindo partes relacionadas, totalizou € 2,350 bilhões em 31 de março de 2018, uma queda de € 75 milhões em comparação com 31 de março de 2017 (€ 2,425 bilhões), graças ao fluxo de caixa controlado, apesar da conclusão dos projetos de investimento para adaptação ao final das cotas europeias e de um efeito cambial favorável.

índice dívida líquida/EBITDA do Grupo foi de 4,0x em 31 de março de 2018, o mesmo nível do ano passado. Excluindo os estoques imediatamente comercializáveis (que podem ser convertidos em caixa a qualquer momento), a dívida líquida ajustada do Grupo é de € 1,966 bilhão e o índice de alavancagem ajustado para 3.3x.

Perspectivas para 2018 

Na Europa, o ambiente de mercado do açúcar mudou drasticamente com o fim do regime de cotas. O Grupo se prepara há anos para isso e entra neste período de grande incerteza com as ferramentas para o sucesso. No entanto, o excedente de produção de açúcar esperado no mercado mundial para este ano e provavelmente para o ano que vem também pesa bastante atualmente nos patamares dos preços, que atingiram níveis mínimos históricos. Esta situação no mercado mundial acontece junto com um excedente de produção significativo no mercado europeu da safra 2017/18, o que pressiona fortemente os preços para venda. Este ambiente deve pesar sobre os resultados previstos na divisão Açúcar Europa.

Na Europa, os volumes de açúcar comercializados devem continuar a aumentar acentuadamente no primeiro semestre do ano fiscal (em relação ao mesmo período do ano anterior), de acordo com os contratos firmados com nossos clientes para o ano-safra de 2017/18.

O volume de exportações saindo da Europa também deve aumentar, aproveitando a nova plataforma logística montada na França e a ascensão da Tereos Commodities.

Os resultados da divisão Açúcar Internacional também serão impactados pela debilidade dos preços mundiais do açúcar, mas deverão mostrar uma capacidade de resiliência superior à da divisão Açúcar Europa, beneficiando-se, em especial, dos novos ganhos de desempenho no Brasil e dos preços do etanol no país.

As melhorias contínuas de desempenho implementadas no processo industrial da divisão de Amidos e Adoçantes deve permitir um novo incremento de volumes, em um ambiente mais favorável do que o dos últimos anos para os produtos amiláceos.

Neste contexto, o Grupo continuará a implementar um desenvolvimento impulsionado pela diversificação e internacionalização de suas atividades. A decisão de estudar uma possível abertura de capital faz parte dessa estratégia de desenvolvimento. Por fim, o novo programa Ambições 2022 visa garantir ao Grupo uma liderança em termos de performance no longo prazo.

Resultados por atividade e zona geográfica

AÇÚCAR EUROPA

O faturamento da divisão Açúcar Europa totalizou € 1,951 bilhão em 2017/18, um aumento de 5% (+ 5% a câmbio constante), comparado ao ano fiscal anterior (€ 1,861 milhão). No contexto do fim das cotas de açúcar na Europa, o Grupo conseguiu aumentar os volumes de beterraba contratados em 25%, o que possibilitou otimizar o uso das capacidades das usinas, que realizaram este ano uma safra recorde de 145 dias na França e 137 dias na República Tcheca. Na França, o rendimento da beterraba também foi excepcionalmente alto, de 95 t/ha. Para garantir uma boa valorização dessas oportunidades adicionais, a criação de um esforço de vendas unificado levou a ganhos significativos de participação de mercado na Europa, e a Tereos Commodities, a estrutura de trading internacional do Grupo, permitiu o desenvolvimento das vendas no mercado mundial. A queda nos preços do açúcar no segundo semestre do ano fiscal, como resultado da queda nos preços mundiais da commodity, contrapesou parcialmente esse impacto positivo no faturamento. O EBITDA ajustado, antes dos suplementos de preços, atingiu os € 179 milhões (em comparação com os € 195 milhões do ano anterior). O aumento dos volumes e o progresso operacional compensaram em grande parte este ano o declínio significativo dos preços do açúcar na Europa a partir de outubro de 2017.

AÇÚCAR INTERNACIONAL

O faturamento da divisão Açúcar Internacional totalizou € 1,289 milhão em 2017/18. Os volumes mais elevados, particularmente no Brasil, e o hedge antecipado nos mercados futuros permitiram manter o faturamento próximo daquele de 2016/17 (€ 1,317 milhão) e compensaram em grande medida a evolução dos preços mundiais do açúcar, em queda de 12% no segundo semestre do ano fiscal. O EBITDA ajustado manteve-se estável em € 311 milhões em 2017/18, em comparação com os € 310 milhões de 2016/17 (+ 3% a taxas de câmbio constantes), graças ao progresso operacional alcançado e aos lucros de hedge antecipado, que compensaram o impacto da queda nos preços.

AMIDO E ADOÇANTES

O faturamento da divisão de Amido e Adoçantes subiu 6% para € 1,582 bilhão em 2017/18 (€ 1,498 bilhão em 2016/17). Essa evolução reflete o aumento nos volumes vendidos em todas as regiões do Grupo. O EBITDA ajustado aumentou 13% para € 106 milhões em 2017/18, em comparação com os € 94 milhões em 2016/17. A Europa conseguiu melhorar as margens e os resultados dos planos de desempenho; no segundo semestre, o desempenho industrial foi favorecido pela melhoria da qualidade do trigo francês na safra de 2017. As atividades no Brasil e na Indonésia continuam se beneficiando da aceleração da produção e da crescente diversificação do portfólio de produtos e clientes.

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