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Plano de Trump para socorrer produtor americano de etanol pode beneficiar o Brasil

Proposta é ampliar a adição de biocombustível à gasolina

Usina de etanol de milho dos EUA (Foto: David Marky/Pixabay)

Em princípio, trata-se de proposta para ajudar os produtores americanos de etanol em dificuldades financeiras.

Na sexta-feira (04/10), a Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) divulgou plano para aumentar o consumo de biocombustíveis nos EUA.

A previsão é de que o plano vigore já em 2020.

“[Esta é a] mais recente etapa adotada para expandir a produção doméstica de energia e melhorar o programa de biocombustíveis RFS, disse Andrew Wheeler, administrador da EPA.

RFS é sigla para o programa Padrão de Combustíveis Renováveis norte-americano (RFS), que define os volumes de produção e uso de biocombustíveis nos EUA.

Clique aqui para ler (em inglês) a proposta da EPA, agência do governo americano encarregada de proteger a saúde humana e o meio ambiente. 

Por que o Brasil pode ser beneficiado

O total de etanol extra a ser adicionado à gasolina vendida nos EUA deverá ser conhecido até o fim de novembro.

“Quaisquer alterações nos mandatos de volumes combinados para 2020 devem ser finalizadas até 30 de novembro”, destaca a agência federal.

Até lá deverá ser realizada consulta pública, entre outras procedências.

Mas as regras “garantirão que mais de 15 bilhões de galões de etanol convencional sejam misturados ao suprimento de combustível do país a partir de 2020”, afirmou a EPA.

Cada galão tem 3,8 litros e, sendo assim, os 15 bilhões representam 57 bilhões de litros de etanol.

Os 57 bilhões representam pouco menos que a produção média anual do biocombustível feito de milho pelos Estados Unidos.

Se o plano da EPA entrar em prática com esses números, o Brasil tem chances de ser beneficiado em duas frentes.

A primeira é a de que não será mais preciso importar etanol de milho dos EUA.

Decreto em vigor, e que tem gerado polêmica, permita a entrada de 750 milhões de litros do biocombustível americano.

Esse volume pode entrar isento de impostos.

Essa importação gera revolta entre lideranças do setor sucroenergético do Nordeste, região na qual o etanol dos EUA entra e ‘concorre’ com a produção local.

Com maior necessidade de etanol nos EUA, a produção local tende a ficar toda ela no mercado americano.

Não é só isso.

O Brasil também pode ampliar a exportação de etanol para os EUA, caso haja maior demanda pelo produto e as usinas locais não tiverem condições imediatas de atender.

Entre janeiro e setembro, o Brasil exportou aos americanos US$ 482 milhões em etanol.

Esse montante supera em 2,21% o resultado dos nove primeiros meses de 2018.

 

 

 

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