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Os desafios da transformação digital no setor sucroenergético

Confira artigo de Alexandre Maganhato, diretor de TI da Atvos

Transformação digital. Apesar de ser um termo que está na moda, jamais deve ser encarado como um modismo ou tendência passageira, mas sim, como um caminho sem volta. Esse movimento é fruto de fortes mudanças na cultura de qualquer empresa que não depende apenas da atuação das áreas de tecnologia. É essencial a participação e o envolvimento do nível executivo e líderes de processos em suas respectivas diretorias, além da governança sobre todas as iniciativas.

As companhias precisam entender que os ciclos da transformação digital estão cada vez menores e as mudanças acontecem rapidamente. Alterações nos modelos de desenvolvimento de novas soluções e de negócios não ocorrem mais em intervalos de décadas, como era no passado. Um exemplo nítido foi a adaptação quase que imediata do modelo de trabalho presencial para o remoto, em função da pandemia de Covid-19, obrigando praticamente todas as organizações, independentemente do seu ramo de atuação, a implementar mudanças no dia a dia de trabalho de modo a preservar a saúde e segurança de seus colaboradores.

No mundo Agro e no mercado de commodities, de uma maneira geral, esse movimento digital veio, principalmente, para simplificar processos e para trazer o mundo externo para as discussões internas. É possível automatizar tarefas, construir integrações mais amplas de processos, facilitar a comunicação por meio de plataformas de colaboração, entre outras iniciativas, incluindo entrada de notas fiscais, fretes, parceiros, além de outros processos específicos voltados para a cadeia de suprimentos. E, claro, fazer a gestão de todas essas mudanças.

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No Brasil, ao lado de todo este discurso de transformação, temos ainda um desafio maior: a conectividade no campo.  Enquanto nas capitais já se discute a implantação do 5G, utilizando fibra ótica, nos meios rurais buscamos viabilizar a conectividade por outros meios, como o investimento em redes privadas, utilização de rádios e satélites. Com esse propósito, é fundamental a criação de um plano estratégico, em escala nacional, que garanta conexão de internet nas áreas agrícolas espalhadas pelo território brasileiro.

Internamente, temos focado em atividades de automação no campo, utilizando tecnologias que permitam atuar de forma off-line, de modo a consumir o mínimo de transferência de dados. Já conseguimos implantar telemetria de nossas máquinas, como também apontamentos de usuários, além de gerenciar nossa logística agrícola de forma remota em todas as unidades.

No entanto, é importante lembrar que a tecnologia por si só não garante bons resultados, se não olharmos com atenção e investirmos na qualificação das pessoas, que são as peças-chave para o sucesso de novos processos. Desta forma, trazemos outras tecnologias de mobilidade, visando à produtividade, tais como ensino a distância, reconhecimento facial, geolocalização, chatbots e envio de indicadores de performance periodicamente com a comunicação digital.

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Enfim, a trajetória é longa e existe muito a ser feito, mas podemos nos orgulhar de que a mudança de mindset, que é o pontapé inicial, já aconteceu. Entender o que podemos fazer com novas tecnologias faz parte do plano estratégico da empresa. Nos desafiamos com iniciativas para as próximas três safras em busca de soluções inovadoras, viabilizando a curva de investimento, buscando referências em empresas similares, propondo e gerando valor em conjunto com parceiros de negócios, e criando as bases para incrementar soluções de inteligência de dados, inteligência artificial e machine learning. Afinal, a transformação digital é uma jornada que começa e não termina, apenas segue sendo aperfeiçoada.

* Por Alexandre Maganhato, diretor de TI da Atvos

 

 

 

 

 

 

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