JornalCana

O exemplo das usinas campeãs de moagem

O total de cana-de-açúcar da safra 2019/20 na região Centro-Sul dificilmente alcançará 600 milhões de toneladas até no fim de abril próximo, quando oficialmente a temporada termina.

Até a segunda quinzena de novembro, o processamento atingiu 562,74 milhões de toneladas no Centro-Sul, conforme levantamento da UNICA.

Esse montante, no entanto, reflete modesta alta de pouco mais de 5% ante o total processado no acumulado de mesmo período da safra 2018/19.

Mas nem tudo é resultado tímido na safra que registrou estiagem prolongada, chuvas fora de época e geadas em estados canavieiros tradicionalmente secos, como Goiás.

Existe um número de unidades produtoras que tem motivos de sobra para celebrar a safra 2019/20.
Elas integram o grupo de usinas campeãs de moagem na temporada.

O desempenho de processamento ante a safra 18/19 chega a 16%, conforme apurou o JornalCana na reportagem estampada nas páginas 22 e 23 dessa edição.

Mas o que destaca essas unidades se no geral a oferta de cana teve magro crescimento?
A resposta pode ser explicada em uma só palavra: investimento.

Há o investimento financeiro, exemplificado pelos novos canaviais que entraram em operação na 19/20.
Por conta própria, as empresas sucroenergéticas aportaram recursos para ampliar a oferta da matéria-prima do etanol, do açúcar e da bioeletricidade.

Não existem números precisos, mas a previsão é de que 13% dos canaviais começaram a ser renovados em 2018. O percentual supera em muito as fracas taxas de renovação de anos anteriores, quando o setor enfrentava uma crise que ele não criou, mas da qual foi vítima.

A volta aos investimentos em renovação de canaviais é uma tendência que cresceu em 2019. Em encontro realizado em outubro último em Ribeirão Preto, o diretor da consultoria Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, o Caio, indicou que a temporada 20/21 terá os efeitos de aportes em uma média de 16% de renovação.

É uma ótima notícia, mesmo que boa parte dessa cana nova não esteja disponível em 2020 uma vez que 18% da taxa de renovação é por meio do sistema de meiosi. Esse sistema prioriza cana de ano e meio, que, assim, só estará apta para corte em 2021.

A espera, no entanto, faz parte do jogo.

Mas as usinas campeãs de moagem na 19/20 não investiram apenas em canaviais.
A maioria delas também investiu em estratégias de gestão e mesmo em equipamentos na indústria.
Pensar fora da caixa, com árduo trabalho de acompanhamento de produção, custos e orçamento está entre as estratégias empregadas.

Com esse acompanhamento, a CerradinhoBio, por exemplo, compartilhou mensalmente os resultados entre operadores a gerentes. Com isso, cada um avaliou como contribuir para resultados melhores.

Já os investimentos em processos e equipamentos na área industrial também foram praticados por empresas como a Jalles Machado.

A empresa investiu em otimização da moagem, eletrificação dos ternos e em melhorias do tratamento de caldo.
A Estiva é outra empresa que realizou investimentos e colheu uma safra com moagem 16% superior a 18/19.
Foram implantados regeneradores de calor, o que permitiu retornos importantes como maior exportação de energia elétrica e venda de bagaço excedente.

Estes são apenas alguns exemplos de empresas sucroenergéticas campeãs de moagem que seguem investindo no setor.
Que venha 2020.

Boa leitura!

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