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Mesmo com seca e gastos extras, governo não muda leilão de energia

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Acontece no próximo dia 6 de junho o primeiro leilão de compra de energia elétrica em 2014 proveniente de novos empreendimentos de geração denominado A-3. A decisão do MME – Ministério de Minas e Energia feita a Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica, está em portaria assinada pelo ministro Edison Lobão, publicada no DOU – Diário Oficial da União. A data de início do suprimento de energia elétrica a partir deste leilão ocorrerá em 1º de janeiro de 2017.

De acordo com a Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, o certame vai repetir uma estrutura que não produz bons resultados, particularmente para a bioeletricidade gerada a partir da cana. O novo leilão permitirá a participação, ao mesmo tempo, de empreendimentos de geração a partir de energia hídrica, eólica, biomassa e gás natural. “O formato de contratação no Leilão A-3, misturando fontes de geração não comparáveis, deveria ser revisto. Bioeletricidade é diferente da fonte eólica e de gás natural. No mínimo, deveríamos ter um produto térmico como tivemos no ano passado, nos Leilões A-5, no qual concorreu a bioeletricidade com carvão mineral e gás natural”, explica Zilmar José de Souza, gerente de Bioeletricidade da Unica.

Ele se refere ao último Leilão A-3, realizado em novembro do ano passado, quando, tanto a bioeletricidade quanto a fonte gás natural, não conseguiram comercializar energia. Somente a fonte eólica foi bem sucedida, com a comercialização de 380 MW médios de 39 parques eólicos. A bioeletricidade havia cadastrado 15 projetos e a fonte gás natural outros dois, mas a competição direta com as eólicas, sem levar em consideração as particularidades de cada fonte, levou ao resultado de contratação de apenas uma fonte, no caso a própria eólica. “Ideal sempre será uma política dedicada para a bioeletricidade, com leilões por fonte ou regionais e preços remuneradores específicos para a bioeletricidade”, explicou.

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Ele ressalta, ainda, que o mundo clama por energias renováveis e limpas, que amenizem a emissão de gases estufa. Ressaltar essas diferenças seria uma forma de incentivar tal produção. “Em 2012 o setor sucroenergético exportou algo como 1,4 GW médios para a rede. Isto significou evitar a emissão de aproximadamente 4 milhões de toneladas de CO2. Sem essa geração, a matriz de emissões do setor elétrico teria um acréscimo de 13% naquele ano”, destaca.

Prova de que se estimulado, o setor canavieiro responde, são os números que surgiram a partir dos leilões A-5. “Com a criação do produto térmico, a bioeletricidade voltou a comercializar energia nos certames. Considerando-se os resultados dos 1º e 2º Leilão A-5, realizados em agosto e dezembro de 2013, a bioeletricidade da cana comercializou 203 MW médios, significando investimentos totais de R$ 1,4 bilhão em 11 projetos até 2018 e um acréscimo de uma receita anual de R$ 243 milhões pelos 25 anos do contrato ao setor sucroenergético”, finaliza.

A matéria completa você acompanha na edição 242 do JornalCana.

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