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KPI’s detalhados contribuem para redução de custos industriais

Redução de custos e gestão industrial estão na pauta dos tomadores de decisão

Eder Paz, da Usina São Domingos

A busca pela máxima rentabilidade nunca foi tão discutida como agora. Devido a isso, ações para reduzir custos, gestão industrial focada em detalhes e estratégia comerciais mirando um mix da produção estão na pauta diária dos tomadores de decisão.

E o grande desafio do gestor industrial, atualmente, é maximizar sua planta, ou seja, aproveitar o máximo de seus ativos com foco em ocupação de seus equipamentos. “A diluição dos custos fixos acontecerá por meio de tonelada de cana processada, porém ainda não é o bastante, ocupar a planta é fundamental para diluição dos custos (fixos e depreciação)”, afirma Eder Adriano Paz, supervisor de Controle de Qualidade, da Usina São Domingos Açúcar e Álcool.

Mas isso não garante a receita necessária para amortizar os demais custos (variável e capital investido), já que no momento, a qualidade da cana a ser processada reflete diretamente na receita gerada pelas unidades industriais. “A sinergia e o bom planejamento entre indústria e agrícola poderão trazer bons resultados para empresa, considerando a curva de maturação e o ATR processado pela indústria, os custos de produção variam durante os períodos de maturação expressando R$/kg ATR industrializado”, elucida.

De acordo com o supervisor, outro ponto a observar são as perdas relacionadas ao processamento da cana-de-açúcar, pois a moagem reflete diretamente na oscilação dos processos industriais, levando a perdas significativas nos processos subsequentes, portanto a importância da linearidade ou estabilidade da moagem podem minimizar tais impactos. “O desdobramento de indicadores ou KPI,s em três níveis (Estratégico, Tático e Operacional) ajudará a focar na gestão dos detalhes e os planos de ação devem ser criados constantemente com foco e objetivo e as ações devem ser feitas de forma simples e rápida”, ensina.

Outro ponto destacado pelo profissional é o envolvimento nos projetos por diversos níveis, mantendo sempre um time multidisciplinar, a estabilidade do processo ajudará a identificar as lacunas. Sendo assim, o laboratório industrial deve ser um centro de informações rápidas e confiáveis e a leitura do processo e o acompanhamento deverão ser feitos através de diagnósticos precisos.

Para isso, destaca o supervisor, o sistema de amostragem deve estar bem posicionados em pontos estratégicos nas etapas do processo, identificando e confiando nos resultados gerados possibilitarão tomadas de decisões rápidas que refletirão na redução de perdas industriais.

BOAS PRÁTICAS EM GESTÃO DE PESSOAS NA ROTINA INDUSTRIAL

Citando o escritor americano, Stephen R. Covey, que diz que a gestão de pessoas é um assunto contemporâneo, Paz afirma que o princípio do aprendizado contínuo aplica-se na estrutura organizacional da empresa e colaboradores e toda boa prática inicia-se na capacitação de pessoas. “Identifique o que é mais importante, o foco naquilo que traz resultado no curto prazo tende a ser mais importante no processo de gestão, porém não esqueça do estratégico. Organizações que trabalham apenas com foco no curto prazo tendem a apagar incên- dios o tempo todo, lições apren- didas servem de experiencias para melhora contínua de um processo”, pondera.

O ideal é buscar a sinergia ou o ponto de equilíbrio entre pessoas experientes, que tendem a contribuir muito no curto prazo com pessoas com novas ideias, que tendem a pensar de forma tática a médio prazo. Assim como o compartilhamento de informações com os colaboradores refletirá muito nos resultados, já que discutir metas e propostas ajudarão no comprometimento comum entre colaborador e companhia. “Dar feedback te aproxima do seu time de modo a criar vínculos ou laços de confiança”, sugere Paz.

Outro ponto que deve-se levar em consideração são as metas e KPI,s, visto que algumas empresas estabelecem suas metas e indicadores baseados em números dos anos anteriores. Segundo o supervisor, é de extrema importância levar em consideração as condições tecnológicas e estruturais da planta industrial, já que metas cujo objetivo não é alcançado tentem a desmotivar o colaborador e levar o projeto ao fracasso, assim como, metas não me-

suráveis também o levarão para o mesmo destino.

“Motivar o time através de resul- tados tem sido o melhor caminho para o crescimento das companhias. Investir no fator humano reflete diretamente nos resultados opera- cionais possibilitando assim maior competitividade em momentos de crise”, afirma.

Transformando a crise em oportunidade

“Eu diria que a crise deve ser encarada como uma oportunidade de evolução, pois são nestes momentos que novas formas de se realizar tarefas são criadas e na sua grande maioria, com custos menores”, afirmou Achiles Mollon, sócio na A2M Consultoria Laboratorial.

O consultor sugere que a primeira atitude a ser tomada neste sentido é o alinhamento com a equipe sobre

a atual situação em que o mercado se encontra. Em seguida, deve-se compartilhar a estratégia para atingir as metas definidas e encarar a fase como uma grande oportunidade para se fazer com custos mais baixos, o que já vinha sendo feito.

Por exemplo, ao adquirir insumos deve-se avaliar o retorno em redução de consumo x custo do produto e não apenas em custo por Kg de produto, ou seja, reduzindo o R$/ m3 ou R$/ton. Uma vez traçada as metas, outra fase será a do acom-panhamento e se for necessário, a coerção dos desvios. “Com relação às perdas devemos alinhar com a equipe que sempre devemos procurar as perdas mínimas no processo e nunca se acomodar com o valor alcançado e ter em mente que sempre podemos melhorar, nunca perder o foco, pois 0,1 % de ART perdido, não se recupera mais”, ressalta.

 

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