JornalCana

Irrigação antecipando geração de caixa

Ferramenta transforma incerteza e limitação, em maiores chances de sucesso e oportunidades

Ter o retorno de um investimento o quanto antes é uma das principais ambições de um negócio. No caso da produção agrícola, inclusive, é até mais fácil assimilar a expressão “gerando frutos”. Afinal, a depender da cultura, o objetivo é justamente esse.

O prazo de “geração de caixa” depende do tempo de desenvolvimento agrônomico da cultura, relacionado, sobretudo, as características da espécie. Soja, milho, por exemplo, apresentam ciclos em torno de 150 dias. Cana-de-açucar, 1 ano. Eucalipto, Pinus, de 5 a 6 anos. Ou seja, um aspecto fundamental nas tomadas de decisão relacionadas ao negócio. Afinal, a liquidez da atividade depende disso.

Na prática, esse prazo de desenvolvimento deve ser relacionado ainda a condições climáticas, sobretudo, disponibilidade de água. Via de regra, para toda e qualquer cultura vegetal, os plantios são concentrados nos períodos chuvosos.

No caso do Centro-Sul canavieiro, a concentração das chuvas se dá entre setembro e março. Nesse período, entretanto, há uma maior intensidade de chuvas a partir de janeiro. Dado esse aspecto, os produtores de cana concentram o plantio nesse intervalo, visando mitigar os riscos de falta chuva. Dados do Pecege, referentes a safra 21/22, mostram que 65% dos plantios são concentrados nessa época.

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Ao fazer isso, determina-se um ponto importante na liquidez do negócio, dado que o período de desenvolvimento de 12 meses da cultura vai confrontar justamente com a época de entressafra, onde não há colheita. Resultado: “empurra-se” essa cana 3 a 6 meses para frente, possibilitando então o corte. Daí o termo “cana-de-ano-e-meio” ou “cana-de-18-meses”.

Nessa linha de raciocínio, assume-se tambem que sua geração de caixa será de “ano-e-meio” ou “18 meses”. Ou seja, os cerca de R$ 13 mil por hectare investidos na formação da lavoura – valores referentes a safra 21/22 – começam a gerar caixa apenas 1,5 ano depois.

Considerando que a principal razão desse “empurrão” é o medo da falta chuva, pode-se assumir que práticas de irrigação são ótimas alternativas. Com o “controle da torneira”, a água deixa de ser limitante, permitindo encaixar janelas de plantio fora dos períodos dependentes da chuva, com cascateamento dos 12 meses para produção na janela de safra. Ou seja, antecipa-se a geração de caixa.

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Evidente que esse é um dos beneficios da irrigação. Ao tornar um fator antes “incontrolável” – como é o caso da água – para “controlável”, transforma-se incerteza e limitação, em maiores chances de sucesso e oportunidades.

Eu sou fã de irrigação.

João Rosa (Botão).

Esta matéria faz parte da edição de março/abril do JornalCana. Para ler, clique AQUI!

 

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