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Ipiranga, do grupo Ultrapar, assume controle da Ale

A Ipiranga, distribuidora de combustíveis controlada pelo grupo Ultrapar, anunciou na tarde de ontem que firmou contrato de compra do controle total da concorrente mineira Alesat Combustíveis. O valor da transação foi de R$ 2,168 bilhões, o qual será deduzido da dívida líquida do fim do ano passado, que soma mais de R$ 700 milhões, conforme comunicado da Ultrapar.

Com a combinação das duas empresas, a Ipiranga se consolida no segundo lugar no ranking do setor no Brasil, com quase 32% de participação no mercado, considerando os quatro principais combustíveis – gasolina, etanol, óleo diesel e GNV. Atualmente, encontra-se logo à frente da Raízen Combustíveis (joint venture dos grupos Cosan e a Shell) e ainda distante da líder BR Distribuidora, controlada da Petrobras, que fechou 2015 com 44,1%, conforme dados da ANP, agência reguladora do setor. A Alesat detinha 4,6% do mercado.

Segundo a Ultrapar, a rede Ale complementa a da Ipiranga geograficamente, especialmente no Nordeste, onde possui menor participação de mercado do que no restante do país e onde tem focado investimentos desde sua aquisição pelo Ultra na década passada. Conforme apurou o Valor, a distribuidora da Alesat adiciona 7,3% de participação aos atuais 13,8% da Ipiranga na região.

A consumação da operação, que teve negociações iniciadas há cerca de quatro meses, está sujeita a determinadas condições suspensivas usuais, dentre as quais a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da assembleia geral de acionistas (AGE) da Ultrapar, disse o comunicado sobre o negócio.

O presidente e um dos acionistas da AleSat, Marcelo Alecrim, disse ao Valor que as negociações duraram cerca de quatro meses. “A empresa sempre foi muito cobiçada e sempre surgiram propostas [de compra]”, afirmou. “Mas também sempre teve consenso dos sócios de que dava para irmos mais para frente com a empresa”. Entre as conversas que não prosperaram foi uma com a Total.

A Ale é a uma distribuidora de combustíveis com 20 anos de atuação, resultado da união da Ale Combustíveis com a Satélite Distribuidora de Petróleo. Distribui combustíveis no Brasil por meio de uma rede de aproximadamente 2 mil postos e 260 lojas de conveniência, tendo dez bases logísticas. Em 2015, vendeu 4,3 milhões de metros cúbicos de diesel, gasolina, etanol e GNV.

Segundo pessoas que acompanharam as tratativas anteriores com outros candidatos à compra, os sócios da Ale nunca concordaram entre si sobre condições de negociações. “Chegamos agora a um preço justo para eles e para a gente. E houve um consenso da venda da empresa”, disse Alecrim, que há 20 anos fundou a Alesat, em Natal (RN). Depois, vendeu parte para o fundo de investimentos dos EUA Darby e, a seguir, dividiu o capital coma a Asamar, grupo empresarial familiar de Minas Gerais. Alecrim tem 32% e o Darby 18%. Os outros 50% estão com a Asamar.

Em 2015, a Ale teve receita de R$ 11,4 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 275 milhões. A dívida líquida era de R$ 737 milhões no fim do ano.

“Para nós, foi uma oportunidade associada ao momento do país e à possibilidade de avaliar outras propostas que se abrem”, disse Sérgio Cavalieri, presidente do conselho da AleSat e membro da família do grupo Asamar. Ele estima ainda sei a dez meses para a concretização do negócio com a Ipiranga.

A transação, por R$ 2,17 bilhões, incluindo a dívida, avalia a Alesat em 7,9 vezes seu Ebitda no ano passado. Já a Ultrapar, que tem na Ipiranga seu principal negócio, é transacionada perto de 10,5 vezes seu Ebitda nos últimos 12 meses.

O Ultra tem uma visão de longo prazo no desenvolvimento dos mercados em que atua, especialmente no Brasil. Com a Ale, a Ipiranga terá maior presença em regiões com alto potencial de crescimento, disse o presidente do Ultra, Thilo Mannhardt, em nota.

A Ipiranga tem uma rede de 7.241 postos de serviços no país, focados em combustíveis e lubrificantes. E 1.919 lojas am/pm. A combinação com a Ale, afirma, proporciona maior escala operacional e maior eficiência logística.

Fonte: (Valor)

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