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Importação de anidro provoca queda nos preços no mercado interno, diz dirigente

Durante reunião na última quarta-feira, 15/1, de lideranças de classe do Nordeste, um dos assuntos mais comentados foi a importação de etanol anidro dos Estados Unidos. O tema inclusive gerou uma representação contra a prática. Segundo a Asplan, que esteve representada por Murilo Paraíso, presidente da entidade,os produtores de cana estão sendo prejudicados com essa importação porque ela está acontecendo justamente durante a safra. “O resultado é que com a compra de álcool fora do país, o preço do combustível está despencando e nós, consequentemente, também temos prejuízo”, argumenta o presidente da Asplan, lembrando que o setor ainda enfrentou a seca e consequente queda da produção.

A reunião contou com a presença de presidentes das associações nordestinas de cana-de-açúcar, para discutir qual o direcionamento que as entidades tomarão em 2014 e alguns assuntos específicos como as dívidas dos produtores, a crise do álcool e a falta de incentivo do Governo Federal para a atividade canavieira no país. Durante o encontro, a descrença da classe em relação ao surgimento da atividade sem estímulo do poder público. O presidente da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), Murilo Paraíso, esteve presente na reunião e apoiou todos os encaminhamentos. 

“No modelo de remuneração atual do setor se valoriza a cana a partir dos seus produtos finais, ou seja, pelos valores do mix de produção das unidades industriais: etanol e açúcar. Dessa forma, com a importação do etanol, ocorrerá uma depreciação dos valores produzidos da região nordestina e, consequentemente, dos valores da tonelada de cana. Tal fato é somado com a política do Governo Federal em manter o preço da gasolina estável. No que resulta na perda de competitividade do combustível renovável e na deterioração dos preços recebidos pela cana”, afirma o documento.

Também durante o encontro, os dirigentes assinaram um documento em que apoiam o “Comitê Temático Interministerial para a Recupação do Setor Sucroenergético da Região Nordeste” no âmbito da área de atuação da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene). O comitê tem o objetivo de propor ações de médio e longo prazo para o surguimento do setor. Para o presidente da Asplan, Murilo Paraíso, o governo federal precisa intervir para estabilizar os preços dos combustíveis, descortinando um horizonte mais promissor para o setor. Paraíso acredita que se o Brasil não tiver preço que viabilize a atividade, o setor canavieiro nunca vai se recuperar, visto que hoje existe um grande endividamento das usinas e dos próprios fornecedores de cana, o que impede o surguimento da atividade por ela mesma.

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Amapá no congresso

“A situação está se agravando. A cana é a maior e mais expressiva cultura local, mas ela não consegue se erguer sozinha porque já está bastante comprometida com as dívidas e a própria seca que castiga a região ano sim ano não. O setor sucroalcooleiro depende de incentivos do governo para se recuperar. Por isso estamos lutando contra essa importação arbitrária do álcool e apoiando o comitê temático para tratar desses assuntos na Sudene. Precisamos de um programa forte por parte do governo federal para recuperar o preço da cana e mantê-lo ao ponto dele remunerar o setor”, defendeu Murilo.

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