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Empresários pedem mudanças

Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, pede controle da inflação e incentivo ao crescimento econômico do Brasil / Créd: Lincon Zarbietti
Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, pede controle da inflação e incentivo ao crescimento econômico do Brasil / Créd: Lincon Zarbietti – O Tempo

Entidades do setor produtivo se dividem entre a apreensão e o otimismo quanto aos novos tempos que virão com a reeleição de Dilma Rousseff. O que todos têm em comum é a expectativa de que sejam feitas mudanças na economia, esperadas há muito tempo, para que o país volte a crescer. As principais reivindicações são a reforma tributária, a desoneração do salário, o controle da inflação e redução da taxa de juros.

O presidente do Conselho de Política Econômica da Fiemg, Lincoln Fernandes, espera uma revisão da política fiscal em todas as frentes e lembra que há dois projetos tramitando no Congresso Nacional: um sobre a unificação do Pis-Cofins, e outro sobre a reforma do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que poderão contribuir para os setores produtivos em geral. “Precisamos de uma simplificação do sistema tributário, desonerar todos os investimentos e fazer com que o crédito tenha devolução imediata. Isso é o básico”, comenta. E acrescenta: “Sob todos os aspectos da economia estamos muito mal”.

Embora otimista pela possibilidade de uma convergência de forças entre o governo de Minas Gerais e federal, por serem ambos do mesmo partido, o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Gabriel Ivo, espera que haja queda dos juros, redução de impostos, redução de encargos trabalhistas e queda na inflação. “É preciso reduzir o risco de ser empresário”, diz Ivo.

“Estamos otimistas com a nova fase. Muito mais do que o empresariado, o governo reconhece que ainda há muito a ser feito nas esferas política, econômica, social e ambiental. A presidente Dilma Roussef, inclusive, já se comprometeu em atuar efetivamente nessas frentes, investindo em infraestrutura, em políticas macroeconômicas que fortaleçam o empresariado, assim como as reformas política e tributária”, completa o presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Alexandre Poni.

A presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Elizabeth Farina, espera que a presidente da República dê clareza para o setor sucroenergético e reforça ser de fundamental importância a definição do papel reservado ao etanol e à bioeletricidade na matriz energética brasileira, de forma a propor ações consistentes com essa visão. “A valorização da energia limpa e renovável pode ser obtida pela taxação do combustível e energia fóssil e poluente. A CIDE (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina pode assumir esse papel”, concluiu.

CNI pede aperfeiçoamento na gestão e mais infraestrutura

Para melhorar a infraestrutura do país, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) entende que é preciso aperfeiçoar a gestão, eliminar obstáculos, como o atraso das obras, reduzir a burocracia e aumentar os investimentos públicos e privados em estradas, portos, ferrovias e aeroportos, estabelecendo sistemas eficientes e integrados de logística. Além disso, é preciso fortalecer as agências reguladoras, criar um marco regulatório para o gás natural. A modernização das leis do trabalho deve priorizar a regulamentação da terceirização e a valorização das negociações coletivas.

“A indústria brasileira manifesta a confiança de que o diálogo entre o setor público e a iniciativa privada não só continuará, mas será aprofundado para a melhora do crescimento da economia com manutenção nos ganhos sociais”, diz o presidente CNI, Robson Braga de Andrade.

Inflação

Reajustes. Uma das principais preocupações dos empresários é a inflação. Eles acreditam que haverá reajustes das tarifas de água e luz no próximo ano e da gasolina, já no próximo mês.

Juros

Selic. Nesta terça, o Comitê de Política Monetária inicia reunião para estabelecer nova taxa de juros. Hoje em 11%, a aposta do mercado, com base na pesquisa Focus, é de alta de 0,25 ponto percentual.

Fonte: O Tempo

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