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DVPA amplia investimentos rumo a marca de 2 milhões de toneladas de moagem

A usina investe em modernização e em 2021 moeu um total de 1.371 milhões de toneladas de cana

Localizada na região noroeste de Minas Gerais, no município de Paracatu, a Destilaria Vale do Paracatu Agroenergia – DVPA, executa um plano de expansão em sua produção visando a marca de 2 milhões de toneladas de moagem. Segundo o diretor executivo da usina, Tomas Payne, nesta nova fase de ampliação deverão ser investidos na agroindústria recursos na ordem de R$ 100 milhões.

A DVPA é uma sociedade entre duas famílias do ramo da construção: Família Dias e Família Vieira.  A empresa é uma sociedade anônima de capital fechado, administrada por uma diretoria executiva composta por três diretores.

A usina possui capacidade instalada para processar 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra, porém na safra de 2021/22 iniciará seu processo de expansão agroindustrial, devendo alcançar uma capacidade de 1,7 milhões de toneladas já na safra de 2023/24.

Quando realizou sua safra inaugural em 2010, apresentou uma moagem de 590 mil toneladas e evoluiu até seu ápice em 2021 com 1.371 milhão de toneladas, com agricultura 100% mecanizada, com o diferencial de áreas irrigadas por pivô central em 42%.

O processo industrial conta com tecnologia moderna e os resultados operacionais, tanto na produção de etanol anidro e hidratado quanto na cogeração de energia elétrica, estão dentro de um processo de evolução natural para as empresas do segmento.

Para o diretor executivo Tomas Payne, além do potencial agrícola da região, um dos fatores que tem contribuído para o crescimento da usina é a agilidade na gestão administrativa. “De uma sociedade que tem apoiado amplamente a Destilaria, com suporte financeiro e de gestão, e que no final gera bons resultados”, afirmou.

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“Quando começamos, há 11 anos atrás, tínhamos um projeto bem menor (cerca de 300 mil toneladas) e que veio evoluindo. Deveremos alcançar a capacidade industrial da planta neste ano, que era de 1,5 milhão e agora vai para 2.0 milhões.

Payne afirma que a gestão da companhia é baseada na ótica de produção de cana-de-açúcar, com bons resultados devido ao grande potencial agrícola da região, o resultado agrícola é fato determinante para saber se a empresa vai ter sucesso ou não. “Nós temos um alvo de 14 toneladas de açúcar por hectare e esse é nosso horizonte”, ressalta.

Segundo ainda o diretor, a região de atuação da usina, no noroeste mineiro, principalmente o Vale Paracatu, conta com boa temperatura, alta luminosidade, topografia plana, solos argilosos e boa fertilidade. “Mas temos um período que é seco, muito definido e que todo ano a gente tem, por isso é que já estamos preparados para isso com nossa irrigação. E aí quando chove, nós temos os barramentos artificiais que enchem na época da chuva e a gente utiliza na época da seca. Não chegamos a fazer uma irrigação plena, mas sim um complemento da necessidade hídrica”, explica.

Payne comentou “Vamos evoluir em cima do sequeiro, entendemos que o pivô tem maior produtividade mas também altos custos, utilizando variedades melhor adaptadas, torta de filtro plantada no sulco, e com uma boa irrigação de salvamento o sequeiro tem boa viabilidade econômica. E nós pretendemos evoluir na produtividade, principalmente dos sequeiros, até porque é nossa maior parcela”, justificou.

“Nós já fechamos esse ano com 99 toneladas de cana por hectare (TCH) e 13 toneladas de açúcar por hectare (TAH). Com foco muito grande na agrícola atingiremos 105 de TCH e 14 TAH, nessa evolução vamos complementando a indústria de acordo com aumento da cana”, disse.

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“Nosso objetivo é perpetuar a empresa financeiramente e economicamente saudável, contribuindo positivamente para nossos acionistas, integrantes e parceiros/vizinhos de agricultura que foram e serão sempre fundamentais nesse processo”, alegou.

Segundo o diretor, apesar da indústria da companhia ser moderna e eficiente, não tem muita escala, o que deve ocorrer a partir de uma moagem acima de 2 milhões. “Nós temos uma maneira bem enxuta e simples na condução do negócio, que chamo carinhosamente de sistema “fazendão”, contou.

Além do baixo custo, ele disse que são também muito ágeis. “Se a ideia é boa, no dia seguinte a gente está fazendo, não tem conversa. Somos em três diretores, o que dá muita agilidade na boa condução do negócio. A gente se entende muito bem, tem uma boa sinergia e consegue tocar bem isso. Somos um “fazendão”, mas um “fazendão” que tem agricultura 4.0. Nosso plantio, a adubação e a pulverização são feitas com piloto automático, ou seja, com muita tecnologia embarcada, e na indústria não é diferente, vem evoluindo cada vez mais”, comentou.

Tecnologia e mão de obra

Diretores da DVPA e representantes dos acionistas: Henrique Dias Cambraia<br /(Família Dias), Tomas Payne e Thomas Otto Hueller (Família Vieira)”

O Parque Industrial da DVPA está instalado numa área de cerca de 38.000 m², na Fazenda Boa Esperança. “A gente já é 4.0 na agrícola. Agora vamos ser também na indústria com a aquisição da plataforma S-PAA, que vai nos ajudar bastante na gestão de ajuste fino e no timing de resposta. Aqui é assim eu apresento o projeto de manhã e se for bom a tarde a gente já está fazendo”, assegura Payne.

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De acordo com ele, é preciso evoluir também em produtividade.  “Fechamos agora uma safra de 770 toneladas por máquina dia, é um bom índice, mas ainda temos muito e evoluir. Para isso, precisamos ter as informações como ferramenta de gestão, ou seja, não adianta só registrar os dados, é preciso ter gestão sobre esses dados”, disse.

Com cerca de 900 integrantes, a usina conta com 11% do seu quadro formado por mulheres e segundo Payne, deve continuar investindo na formação técnica e ampliação da participação feminina no quadro de integrantes.

“Acho que o trabalho feminino é diferenciado. Ele traz mais respeito dentro do ambiente de trabalho, mais equilíbrio e elas são mais detalhistas.” elucidou.

Sustentabilidade

Para Thomas Payne, o setor sucroenergético vem passando por uma grande transformação. “A primeira vez que ouvi falar em RenovaBio, pensei vem aí mais uma certificação só para impedir produção, impedir exportação, como tantas que a gente vê nesse país afora. Mas o RenovaBio foi um negócio extremamente bem-feito com a inclusão das negociações na B3, disse.

“Você pega um setor, que na primeira e segunda décadas era conhecido pelos “coronéis de engenho”, e depois do ano 2.000 passou a ser visto como empresas que vendem prestação de serviço ambiental. Então é aquela coisa, eu vou dormir pensando assim: hoje eu contribuí para o meio ambiente. Não tem coisa mais impactante e agradável nesse mundo”, finaliza Payne.

Esta é a matéria de capa da edição de janeiro do JornalCana. Para ler, clique AQUI!

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