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“Desinformada”, considera Farina sobre declarações de Dilma Rousseff

"O etanol de cana terá de ser competitivo com o etanol de milho e a política do governo é ajudar nessa competitividade"
“O etanol de cana terá de ser competitivo com o etanol de milho e a política do governo é ajudar nessa competitividade”

Dilma Rousseff (PT), presidente da República, disse nesta quarta-feira, 6 de agosto, que o etanol de cana brasileiro não compete com a gasolina, mas sim, com o biocombustível americano. “Nosso etanol de cana é um produto que tem competidor internacional, que é o etanol de milho americano. O etanol de cana terá de ser competitivo com o etanol de milho e a política do governo é ajudar nessa competitividade. Através do quê? Da contínua e sistemática adoção de tecnologias”.

Elizabeth Farina, presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, discorda da afirmação e diz que a petista está ‘desinformada’ quando o assunto é etanol. “Mais de 90% do hidratado produzido no Brasil é destinado ao mercado interno. É a desoneração da gasolina, e não o etanol de milho, que afeta a competitividade do hidratado”.

Cide

Outro ponto comentado por Dilma foi o retorno da Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre a gasolina. “Acho que aumentar a Cide para qualquer setor impacta no que se chama arrecadação de tributos. Há que se justificar a Cide para qualquer coisa; acredito que a política em relação ao etanol tem de ser uma política bastante clara”.

Farina, por sua vez, rebateu. “Por que achamos que a Cide é importante? Porque há uma externalidade negativa no mercado de gasolina. Temos de tributar aquilo que gera um custo estendido, como emissões de gases que causam o efeito estufa”, explicou.

Financiamentos

Por fim, a petista assumiu que o setor sucroenergético passa por uma crise e que a saída pode ser uma estrutura de financiamento mais favorável, que tenha como objetivo garantir a lucratividade do setor. Dilma indicou que, após ter feito a desoneração de PIS e Cofins, o governo estuda outras medidas, como a possibilidade de se ampliar de 25% para 27,5% a mistura do etanol na gasolina. “Agora é fundamental perceber que o setor passou por uma crise, e que esse processo de crise está sendo absorvido sistematicamente. E obviamente acredito também que estruturas de financiamento mais favoráveis ao etanol vão garantir ampliação da lucratividade”.

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