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Crise hídrica: como grandes grupos enfrentam o problema

O portal JornalCana começa nesta terça-feira (07/04) a divulgar como o setor sucroenergético fará a gestão do uso de água na safra 2015/2016.

Alessandro_jornal-cana2Em meio a uma crise hídrica surgida a partir de meados de 2014, principalmente no estado de São Paulo, essa adversidade é mais uma que exige do setor gestões eficientes que ao mesmo tempo evitem ampliar a própria crise e não resultem em custos adicionais para produzir etanol, açúcar e bioeletricidade com custos já elevados.

Assim como outros setores, o sucroenergético é consumidor potencial de água. Há estimativa de que, na média, são necessários 1,3 mil litros por tonelada de cana-de-açúcar.

Edilberto Banwart, Superintendente de Sustentabilidade, Segurança, Qualidade, Saúde e Meio Ambiente da Guarani, uma das empresas líderes do setor sucroenergético brasileiro, controlada pelo grupo francês Tereos e com sete unidades produtoras no Brasil.

 

Na safra 2014/2015, a Guarani moeu 20,3 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Para a safra prestes a começar, há previsão de a moagem pelo menos ser repetida.

Confira a entrevista com Edilberto Banwart

JornalCana – Como a Guarani preparou-se para administrar o uso de água na safra 15/16?
Edilberto – Há ações de curto e de longo prazos. No curto, existe o reaproveitamento e tratamento da água que vem junto com a própria cana. Como se sabe, em torno de 60% da cana é água e pode ser recuperada em tratamento para promoção de seu reuso. Com isso, temos redução no consumo de captação em águas superficiais ou subterrâneas. Ou seja, usamos mais a água da própria cana no processo industrial.
Como se dá esse reuso?
Ele é mais em função do tratamento básico da água que vem com a água e usado, por exemplo, em lavagens. Se o objetivo é usar a água em utilizações mais nobres, ou onde haja risco de contaminação, aí será preciso partir para tecnologias, com maio investimento. 
Há outras iniciativas de curto prazo fora dos parques industriais?
Sim, há redefinição das prioridades. Há ações na área administrativa ou de apoio. Por exemplo: quando houve o agravamento da crise hídrica no estado de São Paulo, em dezembro de 2014, as lavagens de veículos foram suspensas. Depois essa lavagem passou a ser liberada uma vez por mês e, agora, as sete unidades reaproveitam a água. Fazemos também a campanha com mensagens sobre a importância do uso racional da água. 
Fale sobre ações de médio e longo prazos
Há, por exemplo, a maior aferição do consumo de água, um melhor balanço hídrico, com mais precisão. E existe a recuperação de nascentes, priorizando as que abastecem os rios próximos de nossas unidades. 

Banwart, da Guarani: ações de curto e de longo prazos
Banwart, da Guarani: ações de curto e de longo prazos
Isso é feito mesmo em terras de parceiros agrícolas?
Sim. Escolhemos as nascentes que estão em áreas de terceiros para recupera-las. Muitos deles precisam fazer essa recuperação [em atendimento ao Cadastro Ambiental Rural, o CAR] e a Guarani faz isso.
É um tipo de política hídrica que veio para ficar?
Essas medidas têm um tempo para ocorrer. Não são no curto prazo, mas temos que começar já. Estamos também investindo em variedades de cana mais resistentes à seca.
A Guarani foi pega de surpresa com a crise hídrica paulista?
Todos fomos. Foi atípico. E não se pode contar que será diferente neste 2015. O que não choveu em 2014, ficamos sem. E independente do resultado do clima, temos que investir porque a tendência mostra que onde chovia, choveu menos. Não há a mesma garantia. 

 

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