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Cresce expectativa de global de açúcar em 2014/15

sugar-busters-1_5428_356Ganham força a cada dia que passa as perspectivas de déficit global de açúcar na safra 2014/15, o primeiro após quatro temporadas consecutivas de superávit. Em boletim divulgado ontem, o Rabobank estima esse déficit em cerca de 900 mil toneladas, acima das 500 mil previstas na semana passada pela trading britânica Czarnikow, mas volume ainda bastante inferior ao projetado no fim de junho pela consultoria brasileira Datagro (2,5 milhões de toneladas).

Independentemente do tamanho – que, em grande medida, dependerá da envergadura da quebra da safra canavieira no Centro-Sul do Brasil, provocada pelo clima mais seco que o normal -, esse déficit poderá conferir algum fôlego às cotações internacionais da commodity, em geral deprimidas nos últimos dois anos por conta de uma confortável relação entre produção e consumo.

Mas, conforme o Rabobank, se de fato sua projeção se confirmar e o déficit, portanto, for “modesto”, o impacto sobre os preços também não será dos mais significantes. Conforme a instituição de origem holandesa e forte atuação no agronegócio, 900 mil toneladas não serão suficientes para alterar o nível dos estoques mundiais. “Por isso nosso balanço preliminar para 2014/15 sugere apenas um suporte adicional limitado para os preços”, diz Andy Duff, analista corresponsável pelo estudo, em comunicado divulgado pelo banco.

 

Radicado no Brasil, Duff esclareceu ao Valor que o banco vislumbra produção mundial de 181,2 milhões de toneladas em 2014/15, para um consumo de 180,5 milhões. Apesar do resultado dessa conta ser positivo em 700 mil toneladas, a previsão de déficit do Rabobank – o trabalho divulgado ontem também é assinado pelo analista Rafael Barbosa – decorre de ajustes para consumos não registrados, recorrentes nesse tipo de análise. Em razão desse tipo de ajuste, a instituição calcula o superávit do ciclo 2013/14 em 1,4 milhão de toneladas, ainda que a produção tenha sido estimada em 181,5 milhões de toneladas e o consumo em 176,3 milhões.

 

Calculada pela Conab em 37,8 milhões de toneladas na safra 2013/14, a produção brasileira de açúcar vai sentir, em 2014/15, os efeitos de um clima bem mais seco que o normal no Centro-Sul do país, principal região canavieira do mundo. No Brasil, a safra 2014/15 começou “oficialmente” no mês de abril, enquanto a temporada internacional 2014/15 terá início em outubro. Na Índia, segundo maior país produtor de açúcar do planeta, a expectativa do Rabobank é que o volume no novo ciclo fique próximo das 24,1 milhões de toneladas de 2013/14, ainda que reflexos do fenômeno El Niño possam levar à redução desse volume.

 

Se o déficit chegar mais perto do que indicou no fim de junho a Datagro, é claro que os reflexos “altistas” sobre as cotações internacionais serão maiores. Cálculos do Valor Data indicam que a cotação média dos contratos de segunda posição de entrega (normalmente os de maior liquidez) do açúcar na bolsa de Nova York ficou em 17,4 centavos de dólar por libra-peso no primeiro semestre deste ano, a menor média semestral desde a primeira metade de 2009. Ontem, esses papéis fecharam a US$ 18,55.

(Fonte: Valor Econômico)

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