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Colombo Agroindústria S/A: Modernização que conquista resultados

Há 6 anos o grupo vem implantando um novo modelo de governança corporativa, com reestruturação societária e profissionalização da gestão

Há seis anos o grupo vem implantando um novo modelo de governança corporativa, com reestruturação societária e profissionalização da gestão. De acordo com o COO/CFO Anderson Roberto Travagini, o novo modelo de gestão teve excelente aceitação dentro do Grupo Familiar onde inclusive, as metas iniciais foram superadas em tempo recorde e, os resultados obtidos têm sido um dos pilares do sucesso alcançado. Ele destaca ainda que o novo modelo de estrutura tem se tornado benchmark no setor, que ainda conta com muitos grupos e estruturas familiares.

A Colombo Agroindústria encerrou a safra 20/21 com recorde na moagem e financeiramente. Os 9,9 milhões processados representam 10% a mais do que o grupo processou no ciclo passado. A produção de etanol também foi expressiva, chegando a 471 milhões de m3; a de açúcar contabilizou 650 mil toneladas e a energia, 249 GW.

Na temporada, as unidades conseguiram produtividade agrícola de 83 TCH em canaviais que têm idade média de 3,24 anos. A concentração de açúcar (ATR kg/Ton) foi de 144,0 com rendimento agrícola de 12,0 ton ATR/ha e ART na indústria de 15,97% com Unicop de 2,79.

O lucro líquido da empresa apurado no exercício encerrado em 31/03/21 foi a R$ 405 milhões, sendo que no exercício anterior, o lucro líquido ficou na casa dos R$ 216 milhões. O destaque no período vai para a margem EBITDA Ajustado acima de 50% e com pouca volatilidade, mesmo com as variações de preços do mercado nas últimas safras.  A dívida líquida atual da companhia é de R$ 843 milhões.

O bom desempenho da Colombo Agroindústria foi evidenciado também pela S&P Global Ratings, que no dia 7 de julho, atribuiu a maior nota de rating de crédito de longo prazo em escala nacional à empresa: br AAA.

A fundamentação está pautada na robustez da empresa sucroenergética brasileira, que possui elevada eficiência operacional, baixa alavancagem, custo−caixa competitivo, liquidez relevante, além da diversificação de produtos e canais de venda no mercado interno e externo, com flexibilidade operacional de produção entre etanol e diversos tipos de açúcar. O rating e sua perspectiva estável são reflexos da dedicação e de todo o trabalho da companhia ao longo dos anos. Os bons números refletem o empenho da organização na busca por maior competitividade e rentabilidade.

Governança

Segundo Anderson Roberto Travagini, COO/CFO da empresa, nos últimos seis anos, a Colombo passou por uma reorganização societária e de gestão e, agora avança no plano estratégico com investimentos em tecnologia 4.0, como automação de campo e parque industrial, conclusão da profissionalização da gestão, transformação em agroindústria, além da implementação do modelo de governança corporativa aprovado.

O primeiro passo dessa mudança foi a sucessão familiar por executivos nos níveis gerenciais e diretivos da companhia que passaram por processo de assessment, mentoria e coaching. Foi criado o conselho de administração para estabelecer o elo de ligação entre a família e o negócio, com sete cadeiras para conselheiros familiares e duas para conselheiros independentes. Também foram criados comitês estratégicos para apoiar o colegiado, como os comitês de auditoria, riscos, compliance e fiscal.

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A estrutura societária da família também foi reorganizada. Foram criadas sete holdings familiares para agrupar os diferentes núcleos do clã.  Estas holdings passaram a controlar uma nova holding, a Angelina Participações S/A, que por sua vez tem as ações das empresas operacionais. Além disso, foi reorganizada a estrutura corporativa com a incorporação da Companhia Agrícola pela Usina Colombo, criando a Colombo Agroindústria S/A, enquanto o negócio de terras foi segregado em uma empresa à parte, a João Colombo Agrícola.

As diretorias na agroindústria seguem diretrizes e políticas de gestão de risco, conformidade e controles internos que asseguram os cumprimentos regulatórios e legais, transparência na gestão e mitigação de riscos do negócio.

Evidência deste modelo foi a implantação da Torre de Controle em 2020, com o objetivo de centralizar e garantir as informações de resultados dos processos, controle da qualidade e excelência operacional. “Hoje, por exemplo, o CCO – Centro de Controle Operacional instalado na unidade de Ariranha recepciona e trata as informações das indústrias e agrícolas das unidades de forma corporativa, garantindo decisões assertivas” comenta.

A finalização de todo esse processo de profissionalização da gestão está prevista para janeiro de 2022, quando Anderson Roberto Travagini, atual COO/CFO, assumirá como CEO da empresa, além da promoção de três executivos para as diretorias financeira e comercial.

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História

Na década de 40, no município de Ariranha −SP, a família Colombo construiu o seu primeiro engenho e iniciou a produção de aguardente. Com a crescente produção, a família transferiu o engenho para a fazenda Bela Vista, onde permanece até hoje. Em 1979 fundou a Companhia Agrícola Colombo. Na década de 80, descontinuou a produção de aguardente e iniciou a produção de álcool com recursos próprios, quando passou a integrar o Pró−Álcool, tornando−se a primeira destilaria autônoma do Brasil na produção de Álcool combustível. Nos anos 90, começou também a produzir açúcar cristal e construiu uma refinaria. Todos os investimentos permitiram que o Colombo se transformasse num dos maiores grupos empresariais do setor no Brasil.

A Colombo Agroindústria S/A tem sua matriz na cidade de Ariranha e filiais em Palestina e Santa Albertina, todas no interior do Estado de São Paulo. Emprega diretamente 5,2 mil pessoas e produz açúcar (VHP, cristal, refinado, demerara e premium), etanol (anidro e hidratado) e energia elétrica. Além do açúcar Caravelas, o segundo mais vendido do país, a empresa produz e embala marcas próprias de diversas empresas brasileiras. Em agosto, lançará mais um produto, o açúcar mascavo.

Mercado Financeiro e de Capitais

De acordo com Travagini, a Colombo fez em março/2021 (safra 20/21) seu primeiro acesso ao mercado de capitais, por meio de um CRA Verde, com rating de “brAA+” validado pela S&Poor’s, onde os recursos da captação tinham como  objetivo aumentar a produção atual de etanol hidratado e cogeração de energia. Conforme relatado, a emissão superou todas as expectativas (com reservas 1,7x superior ao volume emitido). Vale reforçar que a empresa tem capacidade instalada de processamento de cana de 10,5 milhões de toneladas. “Nossa emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs), ficou na ordem de R$ 360 milhões”, informou.

Foi relatado ainda que na safra 20/21 a Colombo Agroindústria alcançou números operacionais e resultados financeiros históricos, superando todos os KPIs definidos como metas.

Tais melhoras contribuíram e muito para uma nova etapa da Cia., que em julho/21 teve um upgrade de sua nota de rating, alcançando pela primeira vez o rating “brAAA” – escala nacional, certificado pela S&Poor’s. De acordo com Travagini, esta conquista é o resultado da soma de todos os esforços dos times e contribuirá e muito para os projetos, etapas e metas almejadas pela empresa num período de curto e médio prazo.

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“Com um mix açucareiro e com marca e presença fortes no varejo, a Colombo Agroindústria aproveitou o cenário de déficit global de estoques de açúcares e acessou de forma consolidada e com maior presença o mercado externo, exportando uma parte de seus produtos acabados, movimento que contribuiu para a recuperação de melhores prêmios e margens de vendas de seus produtos”, comentou Travagini.

O executivo explicou ainda que a usina exporta 30% da sua produção de açúcares e, os outros 70% são comercializados no mercado interno, onde tem alcançado bons patamares de preços e excelentes margens. Além disso, com a flexibilidade da planta, pode, por exemplo, aproveitar o preço quando há atratividade nos preços de comercialização de etanol, virando a chave da indústria no momento oportuno.

Para a temporada em curso, apesar de prever a quebra na safra, devido à crise hídrica, as expectativas continuam positivas, com boas oportunidades de preço. “Estamos trabalhando o déficit de que vamos ter com oportunidades de mercado, com a compra de cana de fornecedor para atender a demanda”, afirmou.

A empresa, ainda, se utilizou dos benefícios do RenovaBio, com a geração de CBIOs que reforçaram seus recursos financeiros.

Hélio Luis Pavani, diretor industrial

Investimentos e melhorias de processos

De acordo com Travagini, na safra 20/21 a empresa deu mais um passo em seu processo de reestruturação, com a estruturação de “Torre de Controle” (citada anteriormente), que apoiará no controle de metas e resultados advindos de operações agrícolas e industriais, modelo este também definido como pioneiro no setor.

Ainda na safra 20/21 houve um grande movimento de investimentos e melhorias tecnológicas, como renovação de frota, tancagem (aumento a capacidade de estocagem de etanol da empresa), mais investimentos em manejo agrícola, como exemplos plantios em sistema de meiose, que contribuirão e muito para os resultados futuros, conclui Travagini.

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Tecnologia S-PAA

O diretor industrial Hélio Luis Pavani, falou sobre os investimentos que a empresa vem realizando. “Ano passado fizemos investimentos em todas as unidades, propiciando um bom índice de automação e de controle industrial. Trabalhamos muito em cima das perdas, inclusive, não desperdiçamos nada de água, o que é um grande diferencial, pois nossas perdas são muito baixas, e temos um trabalho forte em cima de automação. Este ano adquirimos a tecnologia S−PAA para as plantas de Santa Albertina e Palestina e, estamos muito satisfeitos com o rendimento que a gente está obtendo lá, principalmente da cogeração”, comentou.

Segundo o diretor, a unidade Santa Albertina está tendo uma recuperação de 2 MW/hora, seguida da unidade de Palestina de 0,3 MW/hora. “O que mais impressiona é que estamos economizando vapor e bagaço” explicou.

Pavani ressaltou ainda que a unidade de Ariranha tem capacidade diária de 30 MW/h com um projeto em estudo de mais 22 MW/h, totalizando 52 MW/h e que estão em andamento estudos para investimentos na produção de leveduras, biogás e aumento de cogeração.

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Lucas André Lopes, diretor agrícola

O diretor agrícola, Lucas André Lopes, afirmou que graças ao trabalho de sistematização da lavoura e formação de blocos de colheita setoriais, a Colombo Agroindústria vem alcançando uma expressiva redução no custo de CTT.  “Este trabalho é iniciado no planejamento agrícola e busca evidenciar a máxima colheitabilidade das áreas, aliada a conservação do solo e, juntamente com a logística, define se em campo os melhores traçados para escoamento da produção”. Outro fator de impacto da sistematização, comenta o diretor, foi a redução drástica do pisoteio, aliada a implementação de tecnologias embarcadas.

O resultado consolidado do custo de CTT da safra 20/21 foi de R$ 25,52 por tonelada.  O diretor destacou ainda o trabalho que vem sendo desenvolvido no controle de pragas, atingindo números bastante significativos. O índice de infestação final de broca da cana-de-açúcar no grupo fechou a safra 20/21 em 0,85%. “A cada 15 dias fazemos o monitoramento das áreas, e após isso, caso seja necessário, é realizado o manejo agronômico para combater a praga”, explicou Lopes.

Com o cronograma em dia e muita disposição de sua diretoria, a Colombo Agroindústria S/A busca registrar mais uma excelente safra, contabilizando novos recordes.

 

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