

O estudo aponta que 77% dos participantes no Brasil e no mundo acreditam na retomada econômica global e local em 2022. Apesar do alto índice, o percentual revela que o otimismo do brasileiro diminuiu em relação ao mesmo período do ano passado. Na edição anterior, 85% dos CEOs brasileiros acreditavam em uma melhora da economia local.
Ainda assim, o otimismo brasileiro é considerado alto e foi provocado principalmente pelo aumento dos negócios entre os países e a retomada das viagens e do consumo no mundo. Nesta edição, a percepção dos brasileiros, historicamente otimista, é semelhante à média global. Para 6% dos respondentes brasileiros, a economia permanecerá estável. 17% acreditam que a economia global deve retrair. No mundo, 7% apostam na estabilidade econômica e 15% esperam por uma desaceleração na economia.
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“A aceleração da vacinação e a retomada gradual da vida e dos negócios são as principais razões desse otimismo no Brasil e no mundo, com os executivos seguindo com seus planos de investimentos e contratações de talentos para o desenvolvimento de suas atividades”, afirma Marco Castro, sócio-presidente da PwC Brasil.
O estudo revela a tendência de um pequeno aumento do otimismo em países como Japão, Índia e Reino Unido, e de redução desta percepção no Brasil, China, Alemanha e EUA. Um dos pontos de atenção é a diminuição no interesse de outros países em fazer negócios com o Brasil nos últimos anos. Desde 2013, o Brasil caiu sete posições no ranking que avalia a importância de um país como mercado estratégico para os CEOs globais.

Em relação à expectativa de crescimento da receita de suas empresas para os próximos 12 meses, os líderes brasileiros se mostram mais otimistas na comparação com os executivos de outros países. 63% dos brasileiros afirmam estarem confiantes em relação ao aumento da receita, enquanto o percentual global é de 56%.
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No mundo, os representantes de empresas dos segmentos de private equity (67%), tecnologia (64%), setor imobiliário (63%), de seguros (63%) e indústria farmacêutica (63%) estão entre os mais confiantes em relação ao aumento das receitas no próximo ano. O otimismo também aparece nos resultados dos líderes nacionais das indústrias do agronegócio (74%), serviços financeiros (61%), consumo (68%) e tecnologia, mídia e telecomunicações (67%).
No longo prazo, as expectativas para as receitas são ainda maiores entre os executivos no Brasil. Com a perspectiva de um maior consumo de produtos e serviços para os próximos três anos, a previsão é de aumento de receita para 84% dos CEOs brasileiros de Serviços Financeiros, 83% de Tecnologia, Mídia e Telecomunicações, de 80% para os executivos do Agronegócio e de 74% do setor de Consumo.
Ameaças aos negócios

Entre os CEOs brasileiros, a maior preocupação é a instabilidade macroeconômica (69%) e seus potenciais impactos em vendas de produtos e serviços e na capacidade de levantar capital, seguida por riscos cibernéticos (50%). A preocupação sobre a desigualdade social e seus impactos também em vendas de produtos e serviços e na capacidade de atrair e reter talentos e competências essenciais é significativamente mais impactante para os executivos locais.
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Uma das novidades da 25ª CEO Survey foi a criação de um “índice de confiança do consumidor”. Os CEOs de empresas com as mais altas pontuações neste índice são: mais confiantes sobre o crescimento futuro das receitas; mais propensos a liderar empresas que têm compromissos Net Zero; e mais propensos a ter sua remuneração vinculada a resultados não financeiros.
Compromissos ESG
A urgência do combate às mudanças climáticas e iniciativas de inclusão foram colocadas à prova nesta edição e os resultados mostram que o tema entrou nas agendas das corporações, mas que ainda há muito o que avançar. Apesar dos crescentes interesses nos temas ESG, as estratégias das empresas ainda são influenciadas principalmente por métricas de negócios não condicionadas às questões ambientais e sociais.

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27% dos CEOs no Brasil e 22% no mundo assumiram compromissos Net Zero, enquanto 29% no Brasil disseram que estão com compromissos em andamento, mesmo número da média global. A indústria mundial de Energia Elétrica e serviços de utilidade pública (40%) e Energia (39%) são as que mais têm compromissos Net Zero.
31% no Brasil e 26% no mundo declararam terem firmado compromissos de carbono neutro, revela o estudo. O percentual de participantes que não assumiu nenhum dos dois compromissos é de 36% no mundo. Nestes casos, os CEOs ouvidos dizem não ter compromissos por emitir pouco ou não saber como medir e gerenciar a descarbonização.
“Apesar de números ainda baixos, é positiva a inserção de metas ESG nas agendas das empresas e nas estratégias de negócios, pois mostra que os líderes estão comprometidos de alguma forma com a redução das emissões dos gases de efeito estufa. Sabemos que há muito a ser feito ainda, mas o caminho está sendo traçado”, completa Marco.
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O estudo indica também o crescimento na percepção das empresas em relação a seus ativos, recursos e relacionamentos como fatores que favorecem mais a criação de valor financeiro do que a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE). Estes mesmos elementos passam a ter mais impacto do que a regulamentação governamental na redução das emissões.
A CEO Survey mostrou ainda que empresas que assumiram compromissos com alinhamento científico têm uma tendência maior a incluir metas de emissões em suas estratégias corporativas e planos de remuneração dos CEOs. 70% dos CEOs responderam que as suas metas Net Zero com alinhamento científico estão alinhadas às estratégias corporativas a longo prazo e 34% a bônus anual ou plano de incentivos. Para os executivos, os fatores que mais influenciam os compromissos Net Zero são atenuar os riscos das mudanças climáticas e atender às expectativas dos consumidores.