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Canavieiros iniciam credenciamento para entrar no mercado de CO2

Fornecedores de cana de usinas em PE já podem se cadastrar

Os milhares de fornecedores de cana das usinas pernambucanas poderão aumentar o seu faturamento com a mesma produção a partir da próxima safra através da oportunidade para a aquisição de créditos de carbono e colocá-los depois à venda no mercado livre.

Para isto, bastará obter uma certificação de qualidade ambiental com padrões internacionais feita a partir da utilização e monitoramento das boas práticas agrícolas da sua matéria-prima voltada à fabricação sobretudo de etanol.

O órgão de classe que representa o setor, a Associação de Fornecedores de Cana de Pernambuco (AFCP), em parceria com instituições responsáveis por esta certificação, chamada de Selo ProAr, começou o respectivo credenciamento dos produtores rurais nesta semana.

Para o cadastramento da propriedade, o canavieiro precisa se apresentar no Departamento Técnico da AFCP, no bairro da Imbiribeira no Recife. É gratuito. Basta levar a escritura da propriedade, CPF e RG do proprietário, o número do Cadastro Ambiental Rural e dizer a quantidade da produção da cana para iniciar o monitoramento com base nos critérios do ProAr.

O Selo qualifica inclusive a cana do produtor referente aos Créditos de Descarbonização (CBios) voltados às usinas pela Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio). Muitas usinas de PE já estão credenciadas no RenovaBio e passaram a emitir CBios a partir da produção de etanol nesta safra. Uma delas é a usina da Cooperativa dos Fornecedores de Cana (Coaf) em Timbaúba. A unidade irá até distribuir com seus canavieiros tais créditos conquistados e vendidos no mercado.

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A Coaf participa inclusive do movimento nacional, liderado pela Federação dos Plantadores de Cana do Brasil (Feplana), para que todas as usinas do País garantam a distribuição dos CBios a seus fornecedores de cana. A pedido da Feplana, o deputado federal Efraim Filho (DEM-PB) até apresentou um Projeto de Lei (PL) na Câmara para a atualização da lei do RenovaBio neste quesito.

Afinal, as usinas necessitam da cana do agricultor para a produção do etanol, bem como do CAR do produtor rural para qualificar ambientalmente a sua pontuação em relação aos CBios.

“Os CBios é a moeda em circulação na comercialização dos créditos de carbono”, diz Paulo Giovanni, diretor Técnico da AFCP. Ele orienta os milhares de associados da entidade a não entregarem o CAR às usinas que não acordarem com a Associação para pagarem os CBios aos seus fornecedores de cana.

Por sinal, em PE, mesmo com a PL ainda tramitando, as usinas cooperativadas (Coaf, Agrocan e CooafSul) partiram na frente e já confirmaram que distribuirão os créditos com os canavieiros, inclusive aqueles com a certificação do Selo ProAR terão a sua cana classificada como primária e assim serão melhores remunerados.

 

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