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Balanço de O&D de etanol já está apertado e poderá ficar ainda pior

Avaliação foi feita pelo Itaú BBA

Os players do mercado de açúcar entraram em consenso de que a safra 2021/22 será menor do que a safra 2020/21, tanto em cana-de-açúcar quanto em produção de açúcar de fato.

“A incerteza agora gira em torno do quanto a seca 2020 e as chuvas abaixo da média em 2021 impactarão na produtividade final da cana. As estimativas variam entre 590-530 milhões de toneladas de cana, com queda de 15 a 75 milhões de toneladas de cana comparado com a safra anterior”, constata o Radar Agro, serviço de análise do Itaú BBA, divulgado nesta quinta-feira (7).

“Com o balanço de O&D Global 2020/21 (out-set) apertado, e grande volume da safra brasileira já fixada associada às incertezas nos impactos da falta de chuva na produção, são os componentes ativos no mercado e na nossa visão farão os preços seguirem firmes”, avalia a instituição.

A análise mostra também que, com o início do outono, são esperados volumes baixos de chuvas no cinturão canavieiro favorecendo a colheita. Porém, com a irregularidade das chuvas realizadas, a produtividade pode continuar sendo impactada em algumas regiões caso não chova nos próximos meses. Por outro lado, o clima seco favorece o ATR e com as usinas operando em ritmo mais lento, favorece o mix para produção de açúcar.

Quanto aos preços do alimento foi constatado recuperação ao longo de abril voltando aos patamares vistos no final de fevereiro de 2021. Além disso, também houve a expiração da tela de maio/21, sendo o jul/21 o vencimento mais próximo.

“As cotações de açúcar encerraram o mês em cUSD 17,44 no maio/21 e cUSD 16,98/lp no julho/21, alta de 18% e 15% respectivamente, comparado com o fechamento do mês anterior”, disse o banco.

O ambiente macroeconômico mais favorável influenciou positivamente os preços e levou ao aumento da posição comprada dos fundos especulativos e o movimento de alta de preços das commodities.

Já o etanol, o preço médio do hidratado sem impostos no mês de abril foi de R$2,55/l, queda de 7,1% em relação ao preço médio de março, em Paulínia. Embora, a partir da 2ª quinzena de abril, os preços de hidratado subiram e permaneceram nos patamares de R$ 2,70/l até o final do mês, fechando o dia 30/4 em R$ 2,73/l.

Segundo o banco, a alta dos preços foi causada pela redução da oferta de etanol no início da safra e o aumento demanda do mercado interno com a diminuição das medidas restritivas em vários estados brasileiros.

O número reduzido de usinas em operação na 1ª quinzena de abril/21 fez com que a produção de etanol também ficasse abaixo da safra anterior em 25,9%, sendo o hidratado com queda 22,5% e o anidro com 41,5%. Por outro lado, a demanda pelo etanol, segundo a UNICA, registrou um aumento de 19,53% comparado com o mesmo período do ano anterior, com a maior parte do aumento justificada, de fato, pelo crescimento de 23,11% das vendas para o mercado interno.

O banco avisa que é importante acompanhar o desenvolvimento da cana, pois com a maximização da produção de açúcar o balanço de O&D de etanol já está apertado e poderá ficar ainda pior. “O clima seco além de aumentar o ATR e diminuir a quantidade de impurezas na cana, favorece o ambiente industrial para que a produção de açúcar aconteça mais cedo. Com grande parte do açúcar da safra já fixado e a preocupação com o total de cana a ser colhida, a produção de açúcar será priorizada para cumprimento de contratos”, conclui.

 

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