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Alternativa às hidrelétricas, energia produzida pela biomassa é destaque em feira de negócios

Apontada por especialistas como uma das mais viáveis soluções para diminuir os custos da produção e do fornecimento da energia gerada pelas hidroelétricas e de combustíveis fósseis, a bioenergia gerada a partir da cana-de-açúcar tem apresentado um crescimento significativo nos últimos anos, aquecendo o mercado. No primeiro trimestre de 2016, as usinas produziram 722,6 megawatts, um aumento de 10,5% em relação ao mesmo período de 2015, é o que afirma a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

De acordo com dados da associação International Renewable Energy (IRENA), o Brasil desde 2014 já era o país com maior capacidade instalada de geração por meio de biomassa com 15,3% do total mundial, à frente de países desenvolvidos como o EUA, com 13,6%, China com 11,6%, Índia – 6,2% e Japão que representa 5% do montante. As boas notícias não param por aí, em 2015 a oferta de energia obtida por meio da biomassa teve um crescimento de cerca de 7%, com um total de mais 22 TWh, esse número equivale ao abastecimento de 11 milhões de residências durante um ano inteiro. A bioenergia representa em capacidade instalada aproximadamente 10% da matriz energética nacional, atrás apenas de fontes hídrica e fóssil, e 80% é derivada da cana-de-açúcar, afirma a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Por entender a importância dessa matriz energética para o setor, a FENASUCRO & AGROCANA – que acontece de 23 a 26 de agosto, em Sertãozinho, reservou um de seus setores para tecnologias e soluções para a cadeia energética. Presente na feira desde a edição de 2014, o espaço vem ganhando cada vez mais destaque entre os expositores e visitantes. Além de produtos e tecnologias apresentados nos estandes, a Feira reúne ainda especialistas e entidades renomadas para abordarem o tema em sua grade de eventos de conteúdo. Para essa 24ª edição, já estão confirmadas as presenças da Abraceel (Associação Brasileira dos

Comercializadores de Energia), a Biosul (Associação dos Produtores da Bioenergia de Mato Grosso do Sul), a Cogen (Associação da Indústria de Cogeração de Energia) e a Udop (União dos Produtores de Bioenergia).

Segundo Elizabeth Farina, presidente da UNICA (União da Indústria de Cana de Açúcar), até 2024 o Brasil é capaz de aumentar em mais de oito vezes o volume oferecido à rede pelabioeletricidade, caso haja investimento na modernização das unidades fabris e melhor aproveitamento da biomassa. “Hoje, o setor já tem papel fundamental no fornecimento de eletricidade pelas fontes de energias renováveis e sustentáveis, mas há um potencial gigantesco como o da bioeletricidade, o que reforça a importância cada vez maior de uma matriz energética diversificada e um olhar dedicado para cada uma destas fontes”, completa Farina.

De acordo com o gerente geral da FENASUCRO & AGROCANA, Paulo Montabone a bioenergia gerada a partir da cana-de-açúcar tem sido, nos últimos anos, uma das principais formas de alavancar o setor. “Usinas que geram energia, seja para uso próprio ou para comércio, fecharam as duas últimas safras com as contas positivas. É por isso que precisamos disseminar e buscar formas de incentivo para que as usinas busquem cada vez mais produzir a energia limpa da cana-de-açúcar”, afirma Montabone.

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