Mercado

Americanos estudam mudar política para açúcar

Um movimento formado por congressistas americanos poderá dar novos rumos ao regime do açúcar dos Estados Unidos. Um relatório publicado pela “Inside U.S. Trade”, na sexta-feira, divulgou que as indústrias de doces e as que utilizam açúcar como insumos pedem que o programa americano para o produto seja revisto para que os preços domésticos naquele país caiam.

De acordo com o relatório, um grupo de 18 congressistas americano (nove republicanos e nove democratas) montaram, no dia 7 de outubro, uma comissão com o objetivo de rever os programas do açúcar em um esforço para reduzir os preços domésticos. As indústrias argumentam que estão demitindo e que muitas empresas tiveram de mudar de cidades para reduzir seus custos.

Fontes dessas indústrias argumentam que o Congresso fez esforços nos últimos anos para “pedir proteção para as economias de Estados americanos que dependem da produção de cana-de-açúcar e beterraba” e que “pouca atenção foi dada ao impacto dos elevados preços do açúcar em outras partes do país”. Os produtores americanos rebatem e dizem que as indústrias querem reduzir os preços para aumentarem seus lucros.

Segundo Pedro de Camargo Neto, coordenador da área internacional da Sociedade Rural Brasileira (SRB), esse movimento indica “o fim da proteção exagerada ao açúcar nos Estados Unidos”. “O atual regime é uma ilha de protecionismo que não fica em pé em relação aos outros setores. Serão os próprios americanos que farão a mudança.” Ele lembrou que os EUA eram reticentes à mudança de seu regime uma vez que a União Européia também era protecionista. Mas o cenário é outro, uma vez que a Europa vai alterar seu programa.

Elisabete Serodio, consultora da Unica (que reúne os produtores), lembrou que o sistema americano para o açúcar é diferente do praticado na União Européia. “Os EUA têm apoio doméstico para todos os produtos agrícolas e impõem forte barreira que impede a entrada de açúcar de outras origens.”

A tarifa para o açúcar entrar nos EUA é de 16 centavos de dólar por libra-peso. Ontem, os contratos 14 (mercado americano) fecharam a 20,41 centavos de dólar por libra-peso, na bolsa de Nova York. Os EUA têm uma cota para importar açúcar de 1,1 milhão de toneladas. A participação brasileira é de 152 mil toneladas, preenchidas pelas usinas do Nordeste.

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